Surgiu, numa formação nossa, a vontade ser um disjuntor. Não é genial?
Contem lá: mais alguém quer ser um disjuntor?
Eu disjuntei-me assim:
Gostava de ser um disjuntor. Fascinou-me sempre a sua birra instantânea, esquecido no contador da luz, estourando num pico de eletricidade.
Gostava de ter o poder dum disjuntor. Gostava de ter o poder de silenciar uma discussão acesa. “Zás! Acabou-se!”
Gostava de poder rasgar mentiras. “Zás! Sei que mentes!” Imaginem a expressão do descarado, desmascarado e calado.
Gostava de ter a alma de um disjuntor, permitindo-me, sem culpa, desligar-me do presente que estragaria o futuro.
Margarida Fonseca Santos, Lisboa
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20abril2024 – ser um disjuntor