23/01/13

Saudades do mar


Ai que saudades tenho do mar!
Alice deixava-me ali, sentada à janela.
Nunca me aborrecia vendo as ondas.
Ora chegava uma, pequena e tímida.
De mansinho, contava segredos à areia.
(Que raiva, não os poder ouvir!)
Ora chegava outra, gigante, altiva, furiosa.
Explodia a sua fúria nas rochas.
Coitadas, vítimas do seu mau génio!
Gaivotas roucas competiam com o vento.
Tentavam apurar quem voava mais depressa.
Crianças corriam na praia.
Assim passava os dias.
Agora… adeus, mar!...

Ana Paula Oliveira, S. João da Madeira


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