Fogo,
pena,
sorriso:
três objectos-sentimento
que a assaltavam
hora a hora,
minuto a minuto,
tiquetateando,
forçando-a ao sorriso,
à pena,
depositando-a no fogo.
E tudo a recomeçar,
mecanicamente,
melhor, digitalmente,
com a certeza
de um programa pavoroso
criado pelo absurdo.
Já não eram só as mãos,
que tremiam,
ou os joelhos que chocalhavam
num tango bizarro;
toda ela era um estorvo
para si mesma.
Aquele ciclo:
fogo,
pena,
sorriso,
era a mortalha,
o regresso
a caminhos extintos...
Jaime A., 49 anos, Lisboa
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Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo
Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo
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