O apelido ficou preso no arame farpado do resto do meu nome,
suspenso por um fio. Permaneceu ligado aos meus dias, em agonia, como resultado
de um dia feliz que correu mal.
Foi, enquanto corria em direcção à liberdade, que o arame
teimou em guardá-lo refém. Manteve-o seguro e doente, unindo-o ao resto das
palavras que perseguiam outro rumo. Em desgaste, continuou pendente, sem
destino certo para pertencer. A luz nem sempre tem o brilho que significa.
Clara Lopes, 37 anos, Agualva, Sintra
Desafio nº 60
– apelido preso no arame farpado (frase obrigatória)
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