31/08/14

77...

Sabendo da  grande vontade de ir à praia, o convite feito e aceito.
Mas é  dia do  77 palavras; Ora, faço depois!
Chegam e parece que o mar estava sabendo!
Pra não a deixar esquecer o que deveria fazer depois!

O marido a vendo fotografar, estava sabendo o motivo.
Mesmo quieto, entendeu o que ela faria depois que em casa chegassem.
Sabendo disso, nem se atreveu a pedir mais nada, sabia que não podia atrapalhar a inspiração!

Chica, 65 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil  
Publicado aqui:

Desafio nº 73 – frases com sabendo e depois

Perdido

«Permite que o encontrem, por favor», pensei, sabendo que eram poucas as hipóteses.
Despois, olhei para Severa, que se encontrava à minha frente.
Sabendo do meu ceticismo, quis mandar-me embora, mas conteve-se.
– Querido, estou aqui – disse depois, dirigindo-se ao marido.
Ele, sabendo que o cachorro estava bem, sorriu-lhe.
– Senhora da minha vida, o teu menino está seguro – declarou, depois de a beijar.
Sabendo que lhe falava a verdade, Severa acomodou-se nos seus braços, sentindo-se num porto seguro.

Quita Miguel, 54 anos, Cascais

Desafio nº 73 – frases com sabendo e depois

Cervantes

Cervantes foi genial escritor sabendo que teve uma vida de sofredor.
Recordam-no na prisão e depois foi comprado por Assão.
Na sua obra-prima, “D. Quixote de La Mancha”, ficámos sabendo sua sina
com o personagem Sancho Pança.
Quis armar-se em cavaleiro, foi depois parar ao hospital pela sua teimosia
colossal.
Bem sabendo do artista, passemos depois ao escritor: Cervantes estava certo
de ter encontrado valor. Escreveu peça teatral, “O Cerco de Nemancia”, sabendo
sua obra se leria.

Ana Mafalda , 44 anos, Lisboa
Desafio nº 73 – frases com sabendo e depois

30/08/14

A cor do amor

Estavam assim
Olhos nos olhos
Perdidos numa conversa muda
Onde o silêncio tudo diz
Ele desafiou, sem hesitar ela aceitou
Saíram de mãos dadas esquecendo o mundo
Seus caminhos tinham-se cruzado quando já tinham desistido
Sem querer, sentimentos profundos nasceram onde outros outrora existiram
Trazendo uma nova cor, um novo brilho às suas vidas
Alheios a comentários, partiram deixando apenas as pegadas marcadas na areia
Pois quando se ama não tem importância a cor da nossa pele.

Carla Silva, 40 anos,  Barbacena, Elvas
Desafio nº 71 frases de 2 a 12 palavras


Eternos Condicionais

Triste utopia que vivemos, gastando “ses” desmesuradamente...
Injustos condicionais!…
“Se” isto… “se” aquilo, “se falasses comigo …
Desculpas inventadas para uma veladura reconhecida.
Como se gasta o tempo que corre!...
Braços caídos… Olhos que ignoram… Bocas que emudecem…
Ânimos exaltados, mas que apaziguadamente se calam…
Angustiantes estes “Ses”!
Prerrogativas de alguns…
“Nós”, “Todos”,
palavras que gosto mais!
Plurais absolutos. Autónomos, ilimitáveis…
Criadores de mundos que tão habilmente partilhamos.
Mas que ignorantemente arrasamos em eternos apanágios. Os “Ses”…

Graça Pinto, 56 anos, Almada

Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras

Fundador da Escola Pitagórica

FU ND AD OR DA ES CO LA PI TA GO RI CA

FUndou um saber diverso; aiNDa hoje universal, o Adventista DA geometria
Era um génio sem igual e professOR de filosofia.
Tinha a crença na reencarnação; era, pois, aero-ESpacial.
Coleccionava algarismos e números
CAdenciava as estrelas sem igual...
No Labirinto da matemática PItágoras era fenomenal.
Gostava do raciocínio humano e sabia da sua admirável sabedoria
Numerologia era parte da sua vida
RIqueza que deixou ao mundo
Inventor da TAbuada do dia-a-dia
Esplendor de saber profundo é hoje guia!

Ana Mafalda, 44 anos, Lisboa

Desafio nº 38 – partindo de uma frase, utilizar os pares de letras desta para o texto

Maldito gato preto

Sabendo da superstição a respeito de um gato preto, depois de ter o bichano, resignei-me. Logo que o recebi, aconteceu o primeiro caso. Mesmo sabendo que o décimo terceiro andar seria impossível para aprisionar um fofinho negro, imaginei o depois. Então, sabendo que daria asneira, depois dele se escapar ouvi um grito e logo um estrondo. Não sabendo quem causara a desgraça, vi depois, ao pé da escadinha, a vizinha no chão.
Encharcada, gritava "maldito gato preto".

Theo De Bakkere, 61anos, Antuérpia, Bélgica.

Desafio nº 73 – frases com sabendo e depois

Desafio nº 73


Vamos escrever um texto em que TODAS as frases tenham,
a meio e alternadamente, as palavras
sabendo e depois.
Deverá ter, no mínimo, sete frases.

É bem interessante, a mim saiu-me isto:
Mesmo sabendo que arriscava, Maria pôs-se a caminho.
depois de muito andar, pensou no erro que fazia, mas era tarde demais.
Tomé, sabendo da decisão de Maria, riu-se por dentro.
depois de cruzar o limite mágico do reino, Maria descobriria a verdade.
Quando a roupa se esfarrapou e se sentiu velha, Maria ficou sabendo da vingança.
Depois de tanto esforço, só podia regressar.
E tentou, com todas as forças, apenas para ficar sabendo – era impossível.
Margarida Fonseca Santos, 53 anos, Lisboa
EXEMPLOS

29/08/14

Programa Rádio Sim 333 – 29 Agosto 2014

OUVIR o programa! 


No site da Rádio Sim


Quita Miguel, sem travões...
Enviando para o fundo perdido do meu consciente o aviso maternal de «o barato sai caro», montei na bicicleta e fiz-me à estrada. Deleitando-me com o vento que me espalhava os cabelos, pedalava orgulhosa dos cromados a que afincadamente tinha dado brilho.
Foi quando necessitei travar que tudo se complicou. O calce saltou, o travão não travou e a areia acolheu-me sem grande gentileza, ferindo-me o orgulho.
Que mais poderia esperar de uma sexta-feira 13? Era barata...!

Quita Miguel
Desafio nº 13 – Frase para terminar: Que mais poderia esperar de uma sexta-feira 13? Era barata!

28/08/14

Programa Rádio Sim 332 – 28 Agosto 2014

OUVIR o programa! 

No site da Rádio Sim

O Castigo
Confesso que tenho uma tara: irrita-me ouvir palavras repetidas, frases repetidas, sons repetidos. Há alguns anos fui ao dentista. O médico, que era um homem de bastante idade, deixou-me (literalmente) de boca aberta e enquanto preparava uma mistela ia dizendo: “Não feche a boca!”, “Não feche a boca!”, “Não feche a boca!”. Não aguentei e exclamei: “Já ouvi!”. “Fechou a boca! Fechou a boca! Fechou a boca!”, repetia agora o dentista sem cessar. Grande castigo, este meu! 

Fernanda Ruaz, 66 anos, Lisboa
(texto sem desafio)

A Quinta do Tibório

O seu conceito de férias em família é desfrutar de um ambiente calmo, tranquilizador?
Salte este anúncio, porque a Quinta do Tibório não é para finórios.
Se quer entrar na brincadeira, visitar o paraíso, esquecer as vertigens e o desconforto. Venha gozar férias connosco.
Quer ser recompensado com refeições? 
Procure as galinhas poedeiras do vizinho.
Não seja batoteiro, dê largas à imaginação.
O desafio é testar as suas capacidades, vencer o jejum.

Cristina Lameiras, 49 anos, Casal Cambra

Desafio RS nº 15 – anúncio de turismo rural

Gosto de oferecer livros

Gosto de oferecer livros. "Oferecer" (oferta) e não "dar" (uma doação).
Uma “oferta” que é quase uma “oferenda”: uma quase oferta a Deus, mas também o que se oferece para uma boa obra.
E que melhor obra haverá do que oferecer a alguém que prezamos um passaporte para uma viagem? Tantas vezes embarco sem destino quando abro um livro pela primeira vez…
Há rotas incertas: há livros que não proporcionam boas viagens, claro.
Gosto de oferecer livros…

Jaime A., 50 anos, Lisboa
(sem desafio)

27/08/14

Programa Rádio Sim 331 – 27 Agosto 2014

OUVIR o programa! 

No site da Rádio Sim


O coelho
O pimento é bom porque verde ou vermelho, cru ou depois de cozer, fez veloz o coelho. Ele só come outro legume nos contos inocentes, contudo pulou feliz por entre o vento e disse que o que o fez belo foi um delicioso pimento. Depois de dormir, sempre que ele vê no espelho o brilho dos seus olhos enormes, com luz que veio do Sol, sente que de longe ou de perto, ele é bonito por certo.

Ana Rita, 23 anos, Porto
Desafio nº 37 – uma história sem usar a letra A

Vídeo Viral!

Macaqueava o Sr. Osório Projecto mirabolantes modos de manobrar o mundo…
Mitrou-se num matrimónio…
Modo matreiro de manducar muito melhor.
A missa maçou-o.
O matraquear das matronas moeu-lhe a moina…
Maçada!
Mais Moet, mais e mais…
Até que…
Osório Projecto mudo, mudou…
Minuciou métodos e manhas!!
– Mestre!
Mentiam, não mostrando, as mini-câmaras, os marafados!!!
O miniclip maravilhou as multidões que o mandam de mão em mão sob o mote de A tacanhez do Sr. Osório Projecto.

Luís Marrana, 52, Oliveira do Douro, Portugal (enviado de Marathon, arquipélago Keys)

Desafio RS nº 16 – tacanhez de Osório Proj (com M)

Estado de Graças

As notícias tardavam.
Tão distante ficavam aquelas terras distantes.
Saudades, bastantes.
Vida de militar, tudo a defender.
Sem nada de nada lhe pertencer.
Viver longe dos seus, chamavam-lhe coragem.
Era dever, obrigação.
Tanta abdicação.
Guardava como único pertence, uma imagem.
Ela... isolava-se na nostalgia da solidão.
Corria para a floresta, olhava a lua.
Esperava na clareira.
Quem sabe, talvez o duende viesse.
Enquanto ela, ela acariciava o ventre.
Semente que germinava.
Enquanto esperava que o militar chegasse.

Rosélia Palminha, 66 anos Pinhal Novo

Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras

O voo nupcial

Conto, conto?
Eu vi.
Era uma vez um belo pavão. Queria muito voar, rasgar as nuvens.
Que fez? Querem saber, não?
Subiu, pé ante pé para o telhado. Aprumou as suas penas multicolores, singulares.
Fechou o leque. Precipitou-se no vazio.
Que majestoso!
O corpo baloiçou no ar, sem medos.
Exibiu-se para a pavoa do pátio vizinho.
Aterragem macia de um voo nupcial.
A receção de uma namorada orgulhosa, apaixonada.
O sonho tornou-se a realidade vivida.
O amor!

Arménia Madail, 56 anos, Celorico de Basto

Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras

Projectos

Osório Projecto, projectava-se na vida meditando em melhorar seu espólio monetário medrando no conceito social da sua terra.
Astuto que nem zorro, papagueava que nem melro em ramo de pinheiro manso.
Cismava arranjar moça bem parecida, sabendo manejar as lides caseiras.
Mantinha-se atento. Mesmo ali pertinho, Maria, filha do ti Manel Manco, movia-se nos moldes perfeitos.
Magra, pele de marfim, bonito marchar.
Lia os Maias, sabia fazer macramé.
Osório, na sua tacanhez considerava suficiente para ser feliz!

Rosélia Palminha, 66 anos Pinhal Novo
Desafio RS nº 16 – tacanhez de Osório Proj (com M)

Novo Mundo

A incerteza do mar aberto põe à prova a determinação.  
O vento ora enfuna a ânsia por glória, ora sussurra perigos e ameaças...
Haja terra!
Do alto da gávea o grito desejado:
Terraàvistaaaaaaa!!!
Aportou o barco à ilha. Desconhecida.
Havia pântanos, floresta densa, gritos de aves vereda fora.
Deambulo sozinho e Imaginou um porto, muitos barcos, cidades, comércio, indústria. Civilização!
Experimentando saudades, sonhou até com um nome: York?
A sua York?
Não! Nova York!
Seriam cidades reconstruídas!

Luís Marrana, 52, Oliveira do Douro, Portugal (enviado de Nova Iorque)

Desafio nº 70 – frase de palavras obrigatórias 

26/08/14

Programa Rádio Sim 330 – 26 Agosto 2014

OUVIR o programa! 


No site da Rádio Sim

Não sou...
Não sou um animal e também não sou uma mulher. Não sou jovem, não sou idoso. Não tenho uma profissão muito fácil, mas não me vejo a fazer outra coisa. Não trabalho numa área científica, porque não me interessa. Os meus interlocutores não têm a mesma idade que eu. Não trabalho na Política, não trabalho em Direito e também não trabalho numa empresa privada… Ainda não adivinharam quem sou? Ainda não adivinharam quem sou? Oh! A sério?

Inês Ribeiro, Catarina Sousa, Apolline Rispal, 16 anos, Lycée International de Saint-Germain-en-Laye, França Section Portugaise, turma A, 10º ano, prof. Isabel Pereira da Costa 
Desafio nº 59 – 14 vezes a palavra não

Outros Tempos

Vou contar:
Uma história curta.
Passou há muitos anos.
Numa terriola perdida pelo alentejo.
Uma pobre mulher, vivia no monte.
Tinha uma grande família e muito trabalho.
Vinha à aldeia comprar mercearias, transportava-as à cabeça.
No braço, o cesto da meia, fazia-a pelo caminho.
Preso no xaile, às costas transportava o filho ainda bébé.
Certa vez, a meio do trajeto, sentiu falta de qualquer coisa.
Pois, havia que ver, esquecera-se do gaiato encima do balcão do Albano!

Rosélia Palminha, 66 anos Pinhal Novo
Desafio nº 71 frases de 2 a 12 palavras


Consultas Adiadas

Numa cidade de província algures no interior. É segunda-feira. Na  'Policlínica Popular – Rapidez e Eficácia',  espera-se. Saleta a abarrotar. Os pacientes impacientam-se. O tempo discorrendo, gera-se a cacofonia:
– Venho por mor dum joelhito moído;
– Eu ando tão malinho das cruzes!;
– De fastio em desfastio, encontro-me areadinha;
A melopeia prossegue...
À porta, a enfermeira: não há consultas!!!  Ficámos sem sistema.
– Cum seiscentos milhêros! 'Rapidez e Eficácia'???
Ó Senhores!  Nome errado.  Melhor dito,  'Policlínica Popular Sem Sistema'
Bem pensado.

Elisabeth Oliveira Janeiro, 69 anos, Lisboa

Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras

Retiro

Encontrei o caminho esquecido. Sozinho deambulei entre pedras escorregadias experimentando a nudez dos meus pés. Reconstruí mentalmente todos os espaços perdidos pela vereda sinuosa da solidão.
Senti saudades do tempo que de mãos dadas fizemos estes caminhos. Olhando-nos e rindo do nada que diariamente acontecia. Segui também de pés descalços por ali fora, para sentir a sensação do calor ou do frio que nos guiava.
Obrigatoriamente partiste.
Espero-te.
… Junto da nossa árvore, agora também desnudada pelas tempestades.

Rosélia Palminha, 66 anos Pinhal Novo
Desafio nº 70 – frase de palavras obrigatórias 

25/08/14

Programa Rádio Sim 329 – 25 Agosto 2014

OUVIR o programa! 

No site da Rádio Sim

Ao sair de casa nesse dia, sentia-se quase adormecido. Ele nÃO tinha presSA de IR para DEntro do CArro, pensou. Apetecia-lhe bem mais ir a pé, SAbendo que NEsse exercício lento seria impoSSível chegar a horas. O EDitorial que esperasse! Também, ninguém o lia. IrIA apresentar-SE aos outros descontraído, desiNTeressado, boicotarIA, por capricho seu!, todas as SEmentes de trabalho da cansADa equipa e ainda ORdenaria que se adorMEcessem os parvos projectos dos CIdadãos em luta. Iria DOminá-los!

Margarida Fonseca Santos, 52 anos, Lisboa
Desafio nº 38 – partindo de uma frase, utilizar os pares de letras desta para o texto


24/08/14

O milagre da multiplicação

O Dois apaixonou-se pelo Três. Aiii… Aquela silhueta curvilínea. Decidiu declarar-se num dia de números pares. O número primo ofereceu-lhe um talismã: o (X) símbolo da fertilidade. Ajeitou o cabelo em tom de vírgula, calça vincada em ângulo de quarenta e cinco graus e lá foi ele. Amor à primeira vista. A multiplicação deu frutos. Nascem os gémeos: Seis, Seis. Somam-se brincadeiras divididas em cambalhotas, rotações e pinos. Os pais gritam: “Nove? Nove? Que crescidos eles estão!”

2 x 3 = (66) à (6+3)(6+3) = 99

Ana Diniz, 53 anos, Almada

Desafio nº 66 – números 66 e 99

Esperança

– Esperança Maria!
– Bem-vinda a casa.
Resmungou a madrasta perversa.
– Quando é que vais embora?
–  Sempre inconveniente, arrogante e pouco perspicaz
– Venho para ficar não sou uma miragem
– Os seus comentários deixaram de me meter medo
– Um descalabro de criança: triste, desobediente argumentou a madrasta
– Só queria umas migalhas de amor sem troça nem recriminações
– Não houve culpados no acidente, aproveitou a vida como um boémio
– Venho cumprir uma promessa, ajudar a recordá-lo feliz e descontraído, em PAZ.

Cristina Lameiras, 49 anos, Casal Cambra

Desafio nº 71 – frases de 2 a 12 palavras

A reunião

O 99, número de idade considerável, escutava pacientemente as divagações do 66, que parecia atravessar uma crise de meia-idade.
– Temos de fazer greve! – gritava 66 –, não nos respeitam, só querem jogos, matemática nada!
– Acalma-te, uma greve nada resolve. Tudo começa no berço, um bom livro, incentivá-los...
– Tu e as tuas ideologias. Estou farto! 
– E as crianças que querem aprender?
– Poucas, bem poucas. Não se justifica tanto trabalho.
– Mesmo sendo poucas, merecem o esforço não te parece?

Carla Silva, 41 anos,  Barbacena, Elvas

Desafio nº 66 – números 66 e 99

23/08/14

Aplauso

S ábios desafios se lançam por aqui.
E ntre linhas, versos, prosas – escrever, são histórias.
T ento inovar – às vezes com sucesso.
E mbora seja difícil, desafiar-me é bom.
N uma trama de regras, ludicamente, aprendo.
T anto engenho, enxergo, de coração escrito.
A gosto de todos – sonhos de letras.

E nchem a alma de quem vos sente.

S olto a imaginação na curva do vento.
E nquanto arrumo ideias – fujo das prolixas.
T udo se conjuga no verbo sucinto.
E moções coloridas, iluminadas.

PALAVRAS = Margarida Fonseca Santos.

Ana Diniz, 53 anos, Almada

Desafio nº 72 – 2, 3,6 ou 7 palavras

Ainda bem que se sente bem aqui, Ana!

22/08/14

Programa Rádio Sim 328 – 22 Agosto 2014

OUVIR o programa! 


No site da Rádio Sim

Aldeia em Festa
fogo preso da festa na aldeia prometia. A praça maior tinha como pano de fundo, o cenário ligeiro das gentes que formigavam sem hesitação, de tudo tomando conhecimento: desde as tendinhas estanques, oferecendo variegadas mercancias, ao carrossel aberto à desforra do ano de infindas canseiras. No pensamento só a folia.
Para muitos, era o início do dia que se pretendia folgazão, até tarde nas horas.
Para todos, a bênção da alegria, mesmo à revelia de modas!

Elisabeth Oliveira Janeiro, 69 anos, Lisboa
Desafio nº 69 – lista de palavras, onde se inclui desforra

21/08/14

Programa Rádio Sim 327 – 21 Agosto 2014

OUVIR o programa! 
No site da Rádio Sim

Partiu
Jovem, bela! Jamais se varrerá do meu pensamento. Era loura. Sim, uma rapariga loura. Ali estava, sentada por debaixo daquela imponente sequoia. As raízes salientes abraçavam-na. Costumava ir para lá, desenhar. Sozinha, sem mais ninguém. Certo dia soube que morrera. Não quis acreditar... o peso do mundo caiu-me em cima. Na província a notícia voou. Para quê, deixar tudo para depois? Poderá ser tarde... Nessa noite, não partiu somente elatal como ela a minha alegria desapareceu.

Liliana Macedo, 15 anos, Ovar
Desafio nº 36 – uma frase de um conto de autor, usando as palavras por ordem inversa

Eça de Queiroz in Contos - "Singularidades de uma rapariga loura" - Como partiu nessa tarde para a província, não soube mais daquela rapariga loura.

Princesa por um tempo

Já fui princesa. Sem castelo, sem título, sem sangue azul. Não tinha compromissos oficiais de realeza. Não participava em eventos nem cortava fitas. Não usava vestidos impostos pela etiqueta. Não precisava, sequer, de cumprir a etiqueta. Mas era princesa.
Frequentei a escola pública, sem professores exclusivos. Sem regalias.
Escolhi a profissão que sempre quis. Cometi erros comuns. Tal como o mais comum dos mortais. Chorei e ri. Amei muito.
O meu pai partiu, já não sou princesa.

Maria José Castro, 54 anos, Azeitão

Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras

Uma amargura

Não queria mais voltar àquela casa. Acabou por ceder. Afinal, era o dia
do seu aniversário!
Tentou reconhecer-se naquele espaço onde fora feliz. Tudo lhe parecia
irreal, numa desordem inquieta.
Nem sequer conseguia imaginar o seu rosto. Julgou que afinal nada
tinha existido. E um vazio apoderou-se do seu coração.
Fingiu divertir-se, bebeu champanhe, dançou, atordoou-se. Mas os
pensamentos enlouqueciam a sua cabeça...
Resolveu fugir... Os seus passos tropeçaram na noite. E levou uma
amargura para casa.
Isabel Lopo, 68 anos, Lisboa
Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras

Nuvens

Bártolos de algodão
Esvoaçam na imensidão
Brancos como plumas
Transparentes como um espelho, reflectoras colunas...
Andam, correm, percorrem
Sopram, rodopiam
São levadas pelo vento, queridas pelo tempo
As formas?
Ora agruras vivenciais
Ora trajes mundanos
Faces celestiais da coroa dos enganos
Livros celestes em mutação, constantes esvaídas, abstracção.
Belas ao olhar,
Sorridentes ao contemplar
São símbolos e sinais, bandeiras e corais
Ócio atmosférico,
Balões vaporosos  celestiais, réstias de Água Pura
Clarões irrompidos em conteúdo, e forma segura...

Ana Mafalda, 44 anos, Lisboa

Desafio nº 72 – frases de 2, 3 6 ou 7 palavras