20/05/15

O desapego

Agora era capaz de o amar deixando-o livre. Não reclamava que fosse seu. Aceitava que ele tinha o direito de não a amar.
Como sempre, ao romper da aurora, batia com os dedos na janela do seu quarto produzindo uma melodia harmoniosa. Correndo, escondia-se atrás da Laranjeira.
Reproduzindo um ritual diário e apetecido, ele abria a janela radiante. Quando o caminho estava livre ela partia para a escola. Praticar o desapego trouxe-lhe o sentimento do verdadeiro amor.  

Vera Viegas, 31 anos, Penela da Beira 
Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)


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