13/05/15

Tempo perdido

Perdido no tempo, na vida!
Anos de ausência, silêncios recalcados na dor de quem não conseguiu esquecer.
Voltou envolto nas sombras duma noite de inverno, tal como tinha partido.
Culpa:  a guerra, o destino, o orgulho?
Talvez...
Indeciso, bateu levemente nas vidraças como outrora. Tornou a bater  afastando-se lentamente.
Junto à lareira, Amélia terminava o casaquinho de lã para o neto que não havia conhecido o avô.
Espreitou a rua.  Era tarde. Amanhã era um novo dia!      

Rosélia Palminha, 67 anos, Pinhal Novo

Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)

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