13/06/15

Sonhos antigos

Não meu querido, não. Sabes?! A idade pesa. Burro velho não aprende línguas!
Mas o avô adora pintar!
O neto apanhara-o a ler aquele anúncio… Sobre aquele curso livre de pintura. E tinha percebido. O brilho nos olhos do avô mostrara-lhe as memórias antigas. Perdidas.
Inscreveu-se.
Meses depois, quando um dos seus quadros ganhou um prémio, deu consigo a dizer ao miúdo:
Tinhas razão, meu querido. Aprender até morrer – aprender a trazer os nosso sonhos de volta.

Fernanda Elisabete Gomes, 58 anos, Lisboa  

Desafio nº 90 – com provérbios contraditórios

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