25/08/15

De vez

Fechou-se na sua viuvez de azeviche e vazou a festa do azevinho.
Ouviu as vozes vazias.  
Vivera o vazio de uma gravidez zelosa mas inválida.
E da invalidez se avizinhou a sua vida. 
Fechada numa vasilha, sem vazador.
Um Velasquez, sem visitas, em Valdevez, zelava pela sua malvadez. Pendurada numa falsa avidez e altivez.
Não casara com o Aviliez. Outra voraz tristeza.
A vaselina não escorregava os dias. Passavam vagarosos. Talvez tivesse deixado de viver. De vez.

Violeta Seixas, 49 anos, Lisboa

Desafio nº 96 – palavras com Z e V

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