13/08/15

Noite sem resposta

Noite de trovões,
de arruaça nos céus.
Uma casa destacando-se,
na sua pequenez,
no meio da cidade.
Por entre as árvores,
fui-me chegando,
as mãos tremendo no gesto;
gesto contido,
os dedos acariciando o vidro,
mais do que batendo.
Repeti,
a voz sussurrada
a acompanhar o chamamento;
respondia-me o fragor,
anulamento da minha chamada.
O quintal,
as árvores-penumbra,
continham a sombra
que me seguia,
quase réstia de mim.
A janela abriu-se,
nem terão sentido
os meus passos.

Jaime A., 51 anos, Lisboa

Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)

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