30/09/16

Programa Rádio Miúdos 109 – 30 Setembro 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!

É a rádio mais fantástica que há!

O motivo
Ele corria, fazia de tudo um pouco para encontrá-la, coisas boas, coisas ruins para as pessoas, ninguém conseguia compreendê-lo. Por quê?  Perguntavam mas ninguém podia responder.
Ele bebia às vezes e também fumava, matava aula, estudava, rezava e até amava. Alguns se afastavam, achavam aquilo uma loucura, mas para ele tudo tinha motivo, mesmo que oculto para todos.
Às vezes chorava, por raiva de todos que o julgavam sem saber que tudo que ele procurava era FELICIDADE.
Marcos Vinicius de Oliveira, 15 anos, 8º ano C, CEF 04 de Brasília, profa. Celina Silva Pereira
Desafio nº 16 – uma palavra que define todo o texto

Programa Rádio Sim 851 – 30 Setembro 2016

o programa em podcast na Rádio Sim

Gosto
Não estar na rede é complicado, melhor é estar sempre online para estar em todo o lado. Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp, Tinder… é preciso comunicar sem estar lá.
O não sei quantos de tal é viral. A não sei quantas de tal é fatal. Eu sou actual, tu és banal.
O real é virtual. Teclar é falar.
Eu sou um écran, tu estás na rede.
Mensagem recebida e visualizada. Resposta dada. Mais nada.
Mete um like. Gosto.
João Luís Silva, 55 anos, Peral-Cadaval
Desafio nº 109 – solidão no meio de gente

A musa ausente

– Linha 111, boa tarde. Como posso ajudar?
– Boa tarde. Precisava de saber se a minha musa está de serviço hoje.
Quero escrever um texto para o blogue das 77 palavras e estou sem
inspiração nenhuma.
– E quem é?
– Quem, eu? Sou o Carlos.
– Não, a sua musa…
– Ah! A minha musa, claro. É a caliope1958.

– Tenho pena, mas a caliope1958 só atende às terças e quintas. E hoje é sexta.
– Ora bolas! Pronto… obrigado.
– De nada.
– Pois…
Carlos Alberto Silva, 58 anos, Leiria
Mais textos aqui: http://www.amoranegra.pt/

Desafio nº 111 – linha de atendimento 111

Tigre Enjaulado

– Ligou para o 111, a linha de ajuda para quem se sente aprisionado pela vida, o meu nome é Micael, em que posso ser útil?
– Sinto-me um tigre enjaulado. O que faço para não arranhar o próximo que entrar no meu gabinete?
– Porque não vai dois ou três dias de férias?
– Impossível.
– Que tal mudar de emprego?
– Você pirou! Acha que há para aí empregos ao pontapé?
– Bem, então saia e vá comprar um saco de boxe.
Quita Miguel, 56 anos, Cascais
Faça aqui o download do livro infantil «O Chapéu-de-chuva às Bolinhas» http://ow.ly/ZtAG0

Desafio nº 111 – linha de atendimento 111

De onde?!

Está lá? Fala do 111?
– Olhe, minha senhora, deram-me este número, para o caso de eu me querer ir embora. Sabe... Meteram-me nesta casa, um pouco esquisita, estou rodeada de malucos e eu não quero ficar como eles.
Ai pobre de mim, deixaram-me aqui abandonada e eu sem poder fazer nada.
Será que me pode ajudar? E eu agradecia-lhe tanto.
– Ah, bom!... Já percebi porque é que ligou, para o Jardim Zoológico.
Só me faltava mais esta...
Natalina Marques, 56 anos, Palmela
Desafio nº 111 – linha de atendimento 111

Que pena…

Visita de uma cunhada italiana, idosa, faladeira, não muito chegada aos banhos, portanto, nos raros momentos silenciosos, ainda assim, uma quadra distante, podia-se senti-la!
Como atender a casa, os filhos e estudar para a faculdade se a matraca ao lado nada permitia, como?
Dois meses para que fosse embora. Certa noite sonhava.
– Aloooooooooooooooooooô!!! É do 111?
– Sim, 111, em que a posso servir?
Deportem uma vecchia signora, antes que...
Assim a patrulha o fez!
Infelizmente, fora sonho!
Chica, 67 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil  
Desafio nº 111 – linha de atendimento 111

Desafio nº 111

Já imaginaram uma linha gratuita,
de atendimento permanente, que fosse o 111?
É isso que vos peço, brinquem com a ideia.
De que ajuda precisam? Ou de que ajuda precisa a vossa personagem?
No texto, terá de se perceber qual a função da linha que imaginaram, claro.

Eu já me diverti com isto…
– Estou, é do 111?
– Exatamente, minha senhora, 111, atendimento permanente para encontrar os objetos perdidos em casa.
– É que perdi as chaves do carro, já estou atrasada, o stress não me ajuda nada, já revirei a casa toda!!!
– Minha senhora, faça o seguinte, por favor.
– Sim…
– Sente-se. Feche os olhos. Deixe que a sua respiração acalme… Agora, imagine que está a chegar a casa… Recoooooooordeeeeeeee… Onde as deixou?
– Ah, que maravilha! Já as descobri, estão no frigorífico!!!
Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa
Desafio nº 111 – linha de atendimento 111
EXEMPLOS

29/09/16

Diz o silêncio

O silêncio também é música. O silêncio também conforta a alma. O silêncio também consegue gritar. Porque nem todos os sentimentos são traduzíveis. Nem todos os sentimentos conseguem falar. Há sentimentos mudos. Sentimentos para os quais nem a música é suficiente. Sentimentos produzidos pelo ruído dos pensamentos, que percorre o corpo da cabeça aos pés. Sentimentos mais intensos do que qualquer linha melódica. Sentimentos que nos deixam paralisados, bloqueados, debilitados. Sentimentos que só permitem o silêncio falar. 
Carolina Constância, 23 anos, S. Miguel – Açores
Desafio nº 52 – uma história com música, ruído e silêncio

Alcançar o futuro

Durante aquele longínquo verão sonhava, assolada por sentimentos contraditórios, curiosidade, ansiedade e expetativa.
E o primeiro dia de escola chegou. Vestiram-me um vestido branco, feito a propósito para a ocasião, uma fita cor-de-rosa adornava o cabelo e, na cara, um sorriso tímido.
Na cabeça, sonhos, na pasta, o escasso material próprio da época, o suficiente para alcançar o futuro.
Uma sala cheia de meninas, uma professora de bata branca. Meninos à parte.
Não mais deixei a escola.
Joana Marmelo, 50 anos, Cáceres, Espanha

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…

Programa Rádio Sim 850 – 29 Setembro 2016

o programa em podcast na Rádio Sim

Agradecido
Facebook, pensamos muitas vezes que não temos palavras. Aqui na tua casa o que não falta são palavras. Então hoje, pela primeira vez que o faço, servi-me como muita gente faz de 77 palavras para descrever a história deste dia. Abençoaram-nos bem cedo os amigos que foram chegando de todo o lado. Trouxeram os filhos à nossa companhia, para celebrarmos com alegria os tenros anos da nossa filha. Misturaram carinho com alegria, juntaram simpatia, encheram-nos a alma!
João Pedro Pais Nogueira, 47 anos, Seia – Guarda

Na escola

Coloque o meu texto, professora!
– E o meu também!
Foram parar no mural os adolescentes trocando olhares, o casal se despedindo, a menina viajando para Portugal, o estudante trêmulo antes da apresentação.
O avô olhou as histórias a seu lado e contou para a netinha sonolenta que o namorado, em busca da felicidade, ofertou flores para a amada. A menina comoveu-se com os sonhos que se foram e se animou com a mensagem de cair e levantar-se.
Celina Silva Pereira, 66 anos, Brasília, Brasil.

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…

As aulas

Cada ano estou mais velha, mas nem por isso mais acostumada. 
Tudo se repete e inevitavelmente tudo muda.
Novo horário, novas viagens e madrugadas. Consequentemente novas noitadas. Quiçá nova escola, novos colegas ou talvez não...
Novos livros e alguma nova matéria. O nervosismo, esse, o mesmo de sempre!
Mas enfrento cada dia com um sorriso, com a esperança renovada que farei diferença na vida de alguém. Alguém que futuramente recordará com carinho a primeira professora que teve.
Carla Silva, 42 anos, Barbacena, Elvas
Desafio Escritiva nº 12 – a escola…


Com as escadas em frente

A minha escola tinha três andares. No primeiro, andavam os mais novos. Os mais velhos subiam uma escada empinada para os andares de cima. Víamo-los subir carregando malas pesadas. Mais tarde, desciam ao recreio como uma manada de búfalos, a saltar os degraus de dois em dois. Depois eu também subi para aquelas alturas. Quando começava a sentir-me à vontade, a escola acabou. Fui para o liceu. Estava novamente no primeiro andar, mesmo em frente das escadas.
Mª Jesús Fernández, 50 anos, Mérida, Espanha

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…

28/09/16

Programa Rádio Miúdos 108 – 28 Setembro 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!
É a rádio mais fantástica que há!

Ir além
A história de minha vida não se resume apenas em ter alguns amigos, tirar uma boa nota e criar um bichinho de estimação.
Não! Vai muito além disso. Porque minha mãe me disse que vale muito mais a pena ser do que ter. E é por isso que eu quis ir além.
Porque a viagem começa no momento em que decidimos ir. E, por mais difícil que possa ser, em meu caminho eu sempre vou querer mais.
Tauane Gonçalves Nunes, 13 anos, 8º ano A, CEF 04 de Brasília, profa. Celina Silva Pereira
Desafio nº 2 – “Sempre quis ser uma história”, palavras obrigatórias por ordem inversa

Programa Rádio Sim 849 – 28 Setembro 2016


o programa em podcast na Rádio Sim

Parados
Há dias em que nada é certo. Dias em que a cabeça percorre o universo à velocidade da luz e não consegue encontrar nenhuma solução. Dias em que nos tornamos prisioneiros dos nossos próprios pensamentos. Em que a languidez nos invade o peito e o medo supera qualquer vontade de sorrir. Dias em que ficamos ali, parados. A tentar reconhecer a imagem refletida no espelho. À espera que uma estrela mais brilhante nos diga para onde ir.
Carolina Constância, 23 anos, S. Miguel, Açores
Desafio nº 21 a propósito de uma ilustração

27/09/16

Sonhando acordada

Conseguia passar horas e horas a olhar o horizonte. A pensar em tudo e em nada, a tentar conhecer-se a si própria. Viajava com os pensamentos até mundos longínquos e desconhecidos. Imaginava mil e um cenários diferentes, mil e uma vidas possíveis. Sonhava acordada. Sonhava até explodir a cabeça com expectativas e ilusões, até fazer o coração rebentar de emoção, até rasgar os lábios de tanto sorrir. Até voltar a acordar, e encontrar tudo no mesmo lugar.
Carolina Constância, 23 anos, S. Miguel, Açores
Desafio nº 18 – palavras proibidas: não que mas pois como verbos: estar + ser

Luz e sombra

De dia, viam-se muito pouco. Ele vivia escondido nos buracos sombrios: era uma criatura da sombra. Ela habitava nas superfícies luminosas e quentes, aspirando a energia do sol: era uma criatura da luz. Ao anoitecer, quando o azul profundo do mar se pintava de laranja, ele emergia à face das coisas. Certo dia, encontraram-se. Dentro deles, um arco invisível tornou-se círculo e os uniu. Quem diria que, naquele adormecer fugaz do astro-rei, criaturas tão antagónicas pudessem amar-se. 
Isabel Sousa, 64 anos, Lisboa.

Desafio nº 6 – Início e fim: De dia viam-se muito pouco …….. Quem diria!

O reencontro

E no dia 3 do 5, exactamente 7 anos depois, voltámos a encontrar-nos. Estavas com os teus primos, passaste por mim sem me reconhecer. 
Estou assim tão mudado?!
Pensei chamar-te, mas desisti, tal como naquela altura, desisti de entregar-te a carta que escrevi, contando o que sentia por ti.
Tive medo que me ignorasses, que o meu amor fosse uma anedota para ti.
Medos de adolescente.   
E agora já adulto, que me impede? Nada, ou talvez tudo.
Carla Silva, 42 anos, Barbacena, Elvas

Desafio RS nº 41 – números primos e… primos

Programa Rádio Sim 848 – 27 Setembro 2016

o programa em podcast na Rádio Sim

Em busca do refúgio
Agarrou no martelo, decidido em arranjar solução para o problema.
Avançou sem medo pelo matagal, derrubando os obstáculos que surgiam, para que nada o impedisse de chegar ao destino, seu refúgio.
Deixou para trás um campo completamente desmembrado pela perseverança… e o jardim, muito bem tratado, apareceu finalmente à sua frente!
Preparado para reparar a cerca que o protegia, avançou. Foi quando sentiu uma dor profunda: um espinho minúsculo, de uma rosa vermelha, espetara-se-lhe a mão.
Desmaiou!
Malvina Sousa, 37 anos, Ponta Delgada malvinasousa@gmail.com
Desafio nº 110 – 8 palavras obrigatórias

26/09/16

Programa Rádio Miúdos 107 – 26 Setembro 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!
É a rádio mais fantástica que há!

Botânica
Elas encantam e compõem o dia a dia das pessoas. São inspiradas pelo ambiente. Possuem características diferentes – estreladas, arredondadas, e de muitos outros tipos.
A grande característica delas é a cor. Seu uso é ligado à coloração, que pode indicar um momento romântico, de despedida ou de acolhida.
A cor é o que diferencia a maioria delas e também causa preferência nos seres humanos. Elas são belas, possuem um aroma muito bom. As flores são realmente encantadoras.
Daniela Ferreira da Conceição, 13 anos, 8º ano C, CEF 04 de Brasília, profa. Celina Silva Pereira
Desafio nº 16 – uma palavra que define todo o texto

Programa Rádio Sim 847 – 26 Setembro 2016

o programa em podcast na Rádio Sim

Quantas vezes? 
Mas quantas vezes só, quer sozinho, quer no meio da multidão?
Mas quantas vezes só no meio de pensamentos que, por estar só, se tornaram turvos?
Mas quantas vezes só, verificando centenas de contactos telefónicos?
Mas quantas vezes só, apenas por não ir atrás das modas? Por pensar por si?

Até quando tantas vezes só?
Porquê tantas vezes só?

Alternativas?
Sim, há: ilusões!

Mas no fim… acaba por estar só, por ir só, por ficar só. Somente!
João Almeida, Saurimo (Angola), 47 anos 
Desafio nº 109 – solidão no meio de gente

Menti por uma boa causa

Quarta classe. Hora de mostrar os deveres. Mostra um, mostra outro… até que chega a vez do Quim:
-Não fiz, professora…
-Porquê?
-Estive a ajudar o meu pai…
A professora não acreditou e preparou-se para dar umas quantas reguadas.
Olhei o Quim, olhei o medo nos seus olhos… tive pena! Resolvi mentir, então:
– Professora, é verdade, eu vi o Quim a ajudar o pai no quintal.
Castigo anulado!
Quim perdoado.
E no meu coração,
Um presente dourado.
Domingos Correia, 58 anos, Amarante

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…

Para um sonho realizar

Sou Tauane, mas muitos me chamam de Tatá e hoje a minha história vou contar. Em 2013 uma doença quis me levar. Fiquei presa entre o céu e a terra, mas Deus veio para me salvar, eu me curei e nenhuma sequela ficou e hoje estou aqui e vou lutar para todos os meus sonhos vivenciar.
Quero ser atriz e pelo Brasil viajar, mostrar a todos essa arte que sabe encantar. Lutem sempre, para seu sonho realizar!
Tauane Gonçalves, 13 anos, 8º ano A, CEF 04 de Brasília, profª Celina Silva Pereira

Pedro e o Lobo

Conheces «Pedro e o Lobo?» Um livro sobre um menino teimoso e muito mentiroso, que repete o susto e depois ri com desprezo do medo dos outros. O lobo é esperto e sente pelo cheiro se o momento é certo ou se deve recolher-se.
Gosto de ler em silêncio, no sossego do meu beliche e por vezes penso que estou num bote: flutuo primeiro pelo rio Tejo; depois mergulho no rio Douro - e sinto-me bem feliz!
Maria Teresa Meireles, 53 anos, Vila Nogueira de Azeitão

Desafio nº 37 – uma história sem usar a letra A

Ramo de ervilhas

Cuidadosamente a caneta, depois de bebericar no tinteiro, desenhava, lentamente, as letras. Algumas ficavam prisioneiras nas duas linhas, outras esgueiravam-se acima ou abaixo, provando que era possível ir mais além. Os livros, herdados dos irmãos, vestiam, a cada início de ano, uma capa para se fazerem novos. Naquele ano, no último dia de aulas, levou um ramo de ervilhas de cheiro para a professora. E ainda hoje, é esse o perfume do seu tempo de escola primária…

Amélia Meireles, 63 anos, Ponta Delgada

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…

Vou para Portugal

Vou para Portugal, muitas coisas boas viver, passear e conhecer, morar e estudar. Vou com minha mãe, mas também vou morar com meu padrasto, o Erasto. Vai ser muito divertido e interessante.
Pretendo conhecer Lisboa, Braga, Algarve, Porto e muitas outras cidades. Lá se pode conhecer muitos países viajando de trem, algo bem moderno e prático. Agradeço muito a Deus por esta oportunidade.
É claro que vou sentir falta dos meus amigos, porém a vida sempre segue.
Natália, 13 anos, 8º ano C, CEF 04 de Brasília, profª Celina Silva Pereira

25/09/16

77x77 - Leonor Tenreiro

Tento fazer as palavras andar. De dentro para fora. De lá para cá. Do que se vê e ouve. Do que se sente e do que se esconde até ser escrito. Num dos encontros onde a Escrita se faz plasticina, ouvi uma mãe dizer que o filho sofria de um mal genético: falta de imaginação. Queriam curar-se. Muitos textos depois, vi-a colocar a mão no peito da criança e dizer “Oh filho, tinhas isso tudo aí dentro?”.

Exemplo da professora para os alunos - lindo!

Desci o poço esguio e profundo, toquei com o pé o frio escuro. 
Pensei: «O centro é um zero, um negro curvo». 
Senti escorrer um suor quente, espesso, como se tivesse febre. 
«O centro é um delírio vertiginoso - é isso! - um redemoinho que nos impede de ser fio-de-prumo». Que susto! 
Subi o poço com custo, suei, gritei, ouvi o eco repetir-me o medo. Respirei fundo. Esforcei-me. Toquei o cimo, o bordo; senti-me forte, de novo.
Maria Teresa Meireles, 53 anos, Vila Nogueira de Azeitão - como incentivo para os seus alunos

Desafio nº 37 – uma história sem usar a letra A

23/09/16

Programa Rádio Miúdos 106 – 23 Setembro 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!
É a rádio mais fantástica que há!

O pobre e o rico
Um pobre encontrou um rico e perguntou-lhe:
– Porque és infeliz, se tens muito dinheiro? – inquiriu o pobre.
– Porque uso-o, quer dizer compro com o dinheiro isqueiros, um vício enorme e terrível e depois o meu dinheiro, foi-se.
– Deve ser horrível, suponho!!! – disse o pobre.
– Pois é – disse o rico. – Eu quero é ser pobre como tu – continuou o rico.
– Tu és doido é horrível ser pobre! – disse o pobre.
– Prefiro ser pobre.
Margarida Mendonça, 9 anos, Lisboa
Desafio RS nº 39 – história de amor sem A!

Programa Rádio Sim 846 – 23 Setembro 2016

o programa em podcast na Rádio Sim

Noite de Natal
Eram 7 irmãos, todos casados e com filhos.
Ao todo eram 11 primos, todos rapazes.
Entretanto a esposa de um desses irmãos ficou grávida. Os dois logo
desejaram ter uma menina, mas parece que só um milagre faria isso acontecer.
Numa noite fria de Dezembro, o tão desejado bebé nasceu.
Era uma menina!
Será que foi milagre?
Era noite de Natal.
A menina hoje tem 59 anos... Chama-se Natália.
Nome escolhido pelo médico e enfermeira da maternidade.
Natália Fera, 59 anos, Moita.
Desafio RS nº 41 – números primos e… primos

Meu Sol

O que eu sinto por ti,
É bonito como o sol,
Tu és o meu colibri,
Meu docinho de mentol!

No céu cinzento ou negro,
O ouro do teu fulgor
É o meu doce sossego,
É todo o meu resplendor!

Se o meu peito dorido,
Sente um enorme tremor,
É porque estou reprimido,
Porque sem ti sinto dor!

Neste preciso momento,
Sem ti, eu quero morrer…
És meu mel e meu fermento,
Sol quente do meu viver!
Maria do Céu Ferreira, 61 anos, Amarante

Desafio RS nº 39 – história de amor sem A!

77x77 - Ana Paula Oliveira

Escrever é uma espécie de castigo na solitária.
É um campo de batalha onde se luta com monstros (frases feitas, ideias preconcebidas, medo da crítica e dos leitores, pânico da página branca) e com palavras (porque não cabem na frase, porque se intrometem no caminho sem serem chamadas, porque não aparecem quando são precisas).
É um trabalho de escavação profunda.
Muitas vezes, é uma fuga, um refúgio, também.

No fundo, escrever é deixar que a imortalidade aconteça.

22/09/16

Programa Rádio Sim 845 – 22 Setembro 2016

o programa em podcast na Rádio Sim

As setenta e sete palavras
A prever ligeiramente difícil esta escrita de exactamente setenta e sete palavras sem as tais letras, pedida pela minha amiga e prima Teresa Alface, mas inspirada para alcançar a meta pretendida. Já me fartei de pensar… sabem? Sem estas letras é bem mais difícil! Neste instante, parecem-me apenas existir as ditas letrinhas… Mantém a calma, Isabel!, pensei para mim, rapidamente e bem terminarás esta tarefa. Afinal, existem imensas palavras sem estas letras!
Ana Isabel Brito, 51 anos, Setúbal
Desafio nº 93 – escrever sem O nem U

Cinzenta escola

Na sacola, o livro e a lousa. No bolso da bata, o elástico para saltar nos intervalos. Na cabeça, os sonhos. E a vontade de conhecer o mundo.
Mas, aprender era saber de cor todos os rios, montanhas e caminhos de ferro de Portugal (províncias ultramarinas incluídas!). Era saber rezar e costurar. Era aguentar as reguadas. Era interiorizar a passividade da mulher. Era prestar vassalagem aos ditadores que, nas molduras da parede, nos vigiavam.
Cinzenta escola, essa!
Ana Paula Oliveira, 56 anos, S. João da Madeira

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…

O fiel caderno

Hoje fui ao supermercado. Banal, não? Entrei e fui envolvida por uma nuvem de cheiros. Hummmmm, livros novos! Esferográficas e os meus amados cadernos pretos, onde escrevinhava tudo menos a matéria da escola, com excepção, claro, dos meus amados Sócrates e Platão! O Raio da filosofia! Intrigante, questionável com novos conceitos de humanidade, religião e liberdade! Ahhhhh, o meu fiel caderno preto! Companheiro de então e de hoje das minhas liberdades, desvaneios e da mulher que sou!
Cristina Roda, 44 anos, Loures

Desafio Escritiva nº 12 – a escola…