31/07/18

Elsa Alves ― desafio 146


Se, de facto, há notícias espantosas, todos os dias, esta, embora ABNÓXIA, é, sem dúvida, uma daquelas que os nossos espectadores terão de se ESTORCEGAR para acreditar no sucedido. Numa escola da cintura da capital, um rapazinho de dez anos, classificado por professores e familiares, como INSURGENTE, tornou-se um verdadeiro PRÓFUGO, quando encetou, sozinho, uma escapadela até terras de Espanha.O miúdo foi interceptado, junto à fronteira, tendo-se ZUMBRIDO às autoridades. Argumentou, veementemente que queria ser herói!
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 146 ― palavras que não usamos

Carla Silva ― desafio 146


A decisão de Stela
O dia começou quando Stela acabou de queimar as cartas. Aquele simples gesto anunciava o recomeço. Depois duma longa noite decidira colocar um ponto final na relação enfraquecida pelos ciúmes. Finalmente percebera que o príncipe encantado apenas existia na sua cabeça, que as promessas feitas via carta eram vazias. 
Junto com aquelas cartas queimou uma outra carta que, entre lágrimas, escrevera destinada a ele. Não por hesitar na decisão, mas porque certas coisas devem ser ditas pessoalmente. 
Carla Silva, 44 anos, Barbacena, Elvas
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando…

Carlos Alberto Silva ― a propósito do eclipse


Eclipse
Estavam ambos dentro do carro, no alto do monte, à espera do eclipse da lua.
Apenas o ruído abafado da discussão perturbava o silêncio:
― É de queijo.
― Não. É de chourição.
― Já disse: é de queijo!
― Estás enganada. É de chourição.
― Queijo!
― Chourição!
― Queres apostar?
― Por mim, está bem.
― A quê?
― Quem acertar fica com ela.
― Aceito.
Afinal, era de presunto.
Dividiram a sandes a meio e saborearam-na calmamente.
Quanto à lua, nada feito. Havia demasiadas nuvens.
Carlos Alberto Silva, Leiria
Mais textos aqui:ficcoesbreves.blogspot.com

Chica ― desafio 146


Engano fatal
As coisas não andaram bem dessa vez para o abalizado doutorzinho.
A paciente, induzida pela vaidade, acedeu que a cirurgia fosse feita fora do hospital.
O doutorzinho afoito tratou de realizá-la em sua casa e claro,
deve ter cobrado, já antecipadamente.
A paciente morreu.
O caso virou uma barafunda, manchete global.
Era tudo uma bela farsa e ele era um portento apenas nas redes sociais.
Ele preso, ela morta.
Todo cuidado é pouco com as propagandas enganosas!
Chica, 69 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Desafio nº 146 ― palavras que não usamos

Elsa Alves ― desafio 1


Com PENA fecho o livro que ando a ler "O significado da filosofia Zen". A minha gata olha-me com um FOGO intenso a brilhar lá dentro. Lambe, cuidadosamente, o pelo negro e brilhante, com a sua língua cor-de-rosa e áspera. Um leve SORRISO espalha-se-lhe nos olhos esverdeados. "Sabes, gata, gostava de te emprestar este livro mas... parece-me que já o leste...", brinco eu. Roça-se-me nas pernas e ronrona baixinho: "Não sejas ridícula. Fui eu que o escrevi."
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo

30/07/18

Programas Rádio Sim - semana 30 julho 2018


Todos os programas, sempre com Helena Almeida e Inês Carneiro, 

nas Giras e Discos, podem ouvir-se aqui (ou pelos links que estão em baixo).

Indicativo do programa:








- Música e letra: Margarida Fonseca Santos; 
Arranjos, direcção musical, piano e voz: Francisco Cardoso
- Histórias de Cantar CD - Conta Reconta

Desafio nº 146

Vamos lá procurar palavras estranhas… Quais são as que conhecem e nunca usam? 
Arranjem 5.
Depois, é pôr por ordem alfabética e já temos a estrutura de uma notícia de última hora!!!


Eu fiz assim: 
As parangonas dos jornais não hesitaram em fazer passar de amistoso a escroque o presidente do Partido Pulista dos Coelhos. Depois do estrilho em redor da sua toca, onde o fedor causava vómitos até aos mais desmazelados coelhos da floresta, não foi fácil reanimar a sua popularidade. Rabanete agiu com parcimónia, recordando supinamente as regras do partido e mostrando como o seu pulo era magistral. Ganhou as eleições. Esperam-se agora as reações dos adversários, do Partido Roedor.
Margarida Fonseca Santos, 57 anos, Lisboa
Desafio nº 146 ― palavras que não usamos
EXEMPLOS

28/07/18

Helena Rosinha ― desafio 4


“Sou um bule rachado, sou.”
Ri-me do comentário absurdo. Que se passa? Perguntei.
“Olha, filha, sabes o que acontece se deitares água num bule rachado… É isso que vem acontecendo comigo há tempos. Dantes, tinha memória de elefante, agora parece que ganhou rachas, como o bule. Num dia, não consigo lembrar uma palavra, no outro, não sei onde guardei as coisas. Esvai-se-me tudo…”
Hoje, olho para a minha colecção de bules de forma diferente.
Helena Rosinha, 65 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 4 começando a frase “Sou um bule rachado, sou”

Carla Silva - desafio 144


Lucky
Há vários dias que andava a remoer na decisão a tomar com os latidos de Lucky a entoar pela quinta. 
Somara os prós e subtraíra os contras mas sentia a alma doce por doar Lucky, o facto de se privar dele deixava-a deprimida
Considerava-se privilegiada por ele a ter escolhido anos atrás, mas viver confinado num pequeno apartamento não era para ele.
Por muito que lhe custasse tinha de deprender que era a melhor coisa a fazer. 
Carla Silva, 44 anos, Barbacena, Elvas
Desafio nº 144 ― 10 verbos com certas características

Maria Leonor Moura ― desafio 15


Chego ao aeroporto e atiro as malas para o chão, sem qualquer brio ou preocupação: tudo o que eu queria era encontrar um telemóvel para poder ligar à minha mãe. De repente, um polícia alto dirige-se a mim e diz, com um tom rude:
― Menina, apanhe as suas coisas e dirija-se à entrada. A sua família está lá à sua espera.
Ahh, a minha família. Já consigo sentir o cheiro a casa, o aconchego da minha lareira...
Maria Leonor Moura, 14 anos, Santa Maria da Feira
Desafio nº 15 com frase retirada de um livro
"A sua família está lá à sua espera." - Relato de um náufrago de Gabriel García Marquez

Helena Rosinha ― desafio 1


O professor lia e exultava, transfigurava-se, Amor é fogo… Lianor pela verdura... Eu, Bárbara, cativa, ouvindo sonhava.  Na minha frente, agiganta-se o Poeta: coroa de louros, rosto angustiado, o olhar seguindo as letras, que a pena laboriosamente desenha. Um sorriso e  sou Viol’antes que lírio; apartam-nos as ondas e choras por mim, tua Dinamene; num verde campo, já sou Natércia, crua ninfa, que buscas suspirando.
Mudam-se os tempos… Nada perdura. Resistem os poemas, a que sempre regresso.
Helena Rosinha, 65 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo

Maria Loureiro ― desafio 145


Desafios entrelaçados
A noite começou quando João acabou a primeira parte da viagem. Aterrou no aeroporto de Beja com um sorriso luminoso. Mariana, a linda açoriana por quem se apaixonara, acompanhava-o. Foi difícil convencê-la. Nunca entrara num avião e, além de receosa, ela demorou a despedir-se dos agapantos, das lagoas, dos amigos e, sobretudo, dos pais, calados e ansiosos. Agora João levava-a a ver o reflexo prateado da lua cheia no Alqueva. Igual ao Faial, continuariam a sua história.
Maria Loureiro, 63 anos, Lisboa
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando…

Paula Castanheira ― escritiva 34


Amélia acabava a sua corrida matinal.
Dirigia-se ao areal, quando reparou numa multidão ruidosa e agitada.
Seria o barquinho do sr. Mário, com sardinha acabada de pescar? Aproximou-se, por entre muitos encontrões.
Um cachalote jazia, inerte no areal.
― Foram pescadores que o mataram – disseram-lhe.
Dias mais tarde, leu a notícia:
Cetáceo que deu à Costa, foi morto por acumulação letal de microplásticos no estômago.
Não conteve as lágrimas. Assassinos somos todos nós!
Tinha de fazer algo… já!
Paula Castanheira, Massamá 54 anos
Escritiva nº 34 - policial

Maria Loureiro ― desafio 136


Luísa é gestora do sistema informático da empresa. Anda preocupada com um ataque de vírus. A Microsoft não resolve e ela discorda da sobretaxa nos serviços prestados. Leu preconceito no olhar dos colegas… se fosse um engenheiro… Disseram-lhe: negoceie de modo mais soft! Pensou: não ajudam e põem-se com anglicismos… Com trabalho extraordinário da sua equipa, encontraram solução. Na reunião de balanço contra-atacou e foi taxativa: afinal qual o nosso conceito de tarefas ordinárias do contrato? A equipa apoiou-a.
Maria Loureiro, 63 anos, Lisboa
Desafio nº 136 – 5 pares de palavras, sem e com prefixo

Natalina Marques ― escritiva 34

Naquele dia, lá estava o Norberto, como todos os outros. Logo pela manhã, na mesma mesa da mesma esplanada.
Ansiava por dois dedos de conversa. Sentia essa necessidade.
Em frente, um grupo de jovens não tirava os olhos dos telemóveis, então pensava.
― Estão mais doentes que eu.
Sentia saudades da casa cheia, e da alegria de trabalhar para os sustentar.
Um dia, deixou de aparecer no café e alguém perguntou pelo Norberto, alguém respondeu:
― Morreu de solidão.
Natalina Marques, 59 anos, Palmela
Escritiva nº 34 - policial

25/07/18

Filomena Galvão ― escritiva 34


A sala já estava na penumbra, mas na ânsia de ver terminada a tarefa nem se movera para acender a luz. Repousava agora de braços caídos e com a arma do crime no colo. Sentia-se satisfeita. Foi neste crepúsculo que acabara finalmente a encomenda. Eram necessárias camisolas para as crianças do orfanato. Levara o verão todo a tecer malhas, mata e laça, mata e laça. Matou-as todas. Ela e as agulhas do tricot podiam agora ter descanso.
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Escritiva nº 34 - policial

Celeste Bexiga ― sem desafio


JANELAS
Tem quatro janelas viradas pró mar.
Na melâncolia do seu coração, todas as manhãs, com alguma esperança, que ela pensa que já desapareceu.
Aparece o sortilégio das janelas.
Quando acorda vai à:
PRIMEIRA JANELA.
No quarto, sua mente atordoada não vê nada, somente nevoeiro branco, tenta fixar o olhar mas nada…
SEGUNDA JANELA.
Vê muito difusamente a linha do horizonte.
TERCEIRA JANELA.
Telhados, pássaros, gaivotas, alguma vida...
QUARTA JANELA....
Haverá coragem para vestir o fato de banho?
Celeste Bexiga, 68 anos, Alhandra

Maria Loureiro ― desafio 100


Sou leitora compulsiva, menos acelerada atualmente, quando começo a regressar aos escritores com que cresci. Também as horas de trabalho ao computador cansam e condicionam esse gosto. Adoro o cheiro dos livros, folheá-los, lê-los emprestados da biblioteca, ou trocados com amigos. Quando estou mais nostálgica, ou algo me choca, alinhavo algumas palavras, invariavelmente apagadas ou rasgadas. Serei capaz de mudar isso? Em hora feliz encontrei as “histórias em 77 palavras” e foi por isso que me escrevi.
Maria Loureiro, 63 anos, Lisboa
Desafio nº 100 – «e foi por isso que me escrevi»

Maria João Barradas ― desafio RS 26


Falando com justiça, lembro mal a Alice do País das Maravilhas.
Trazia um relógio à cintura e uma peúga de cada cor?
Não, isso era o traje do seu amigo, o estranho relojoeiro.
Não havia tal personagem?, tenho o cérebro em ruína, era Chapeleiro!
Adoro a colorida cena do chá, ninguém o queria muito doce.
Apareceram o coelho, o gato e o rato de pelo ralo.
E claro, o gato, com a sua peluda cauda a metro.
Maria João Barradas, Faro
Desafio RS nº 26 – 7 palavras impostas em 7 frases de 11 palavras

Elsa Alves ― escritiva 34


Lembro-me de ouvir a porta bater e chamar: "Cristina!" Sem resposta... Talvez a porta estivesse aberta e se fechasse com alguma corrente de ar. Não. Foi Cristina que desapareceu. Nunca contactou. Terá tido algum acidente? No quarto, em cima da cama, reparo na sua mala. Abro-a: telemóvel, documentos, chaves. Tropeço num corpo. À volta, um mar de sangue. Pegadas ensanguentadas, por todo o lado.  São dos meus sapatos. Então, desvairado, largo a faca que segurava na mão...
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Escritiva nº 34 - policial

24/07/18

Domingos Correia ― desafio 115


Outra noite virá…
Sonhava com a paz que já não encontrava aqui. Fez um pedido ao divino, ansiando que se cumprisse. Adormeceu quase feliz, expectante…
Um campo infinito… corre livremente pela erva verde… braços abertos, imitando as asas do albatroz… depois, sentado com as mãos pousadas nas pernas, sente-se levitar… atravessa uma nuvem branca… sente-se em êxtase… consegue provar o gosto da paz… Que felicidade!...
Deixa a contragosto este sonho e fica a sonhar com aquela paz!…
Outra noite virá…
Domingos Correia, 60 anos, Amarante
Desafio nº 115 – frase de Valter Hugo Mãe

Celeste Bexiga ― desafio 145

Esquina de Rua
Andas sozinha nas ruas de Lisboa.
A noite é tua companheira.
Procuras alguém que te procura, para mais uma noite de tristeza.
Fugiste ao amor, ou ele fugiu-te.
Vida de solidão, vida de mágoas.
Mais triste ainda, se encontras quem procuras, aí é o vazio de teres alguém 
que quer o teu corpo, e não te quer.
Aí o frio do teu corpo é gelo em brasa!
Queres apenas fugir desesperada.
Sonhar, o sonho de ser mãe.
Celeste Bexiga, 68 anos, Alhandra
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando… (adaptado)

Cícero Soares ― desafio 145

A noite começou quando o plantonista acabou de sair da enfermaria. Estávamos sozinhos. E se acontecesse novamente? Suas mãos ainda tremiam, mas as unhas já perdiam o estranho azul. Ela me fitou devolvendo a apreensão em olhos cansados. Dentro, um rapazote esquálido dormia. Pelo corredor vi duas enfermeiras pouco confiáveis.
Voltei resignado. Sentei. Suspirei. E tudo recomeçou! Suas pupilas cresciam. Gritei já me levantando. Outra mão me segurou com violência. Era o rapaz. As unhas completamente azuladas.
Cícero Soares, 55 anos, Bahia, Brasil
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando…

Helena Rosinha ― escritiva 34


Face à ocorrência de novo crime na Aldeia, reabro o processo de investigação, um emaranhado de suposições, interrogações, factos. Urge tomar medidas. Percorro as instalações da Aldeia, observo, questiono. Entro na câmara do espelho – foi aqui que os corpos dos símios foram encontrados. Fixo-me na superfície espelhada; espantado, vejo surgir, então, o jovem belo de outrora. Atrás de mim, cavernosa, soa a voz do tratador:
– Má ideia, a sua, Inspector! Nenhuma criatura sobrevive ao espelho de Narciso.
Helena Rosinha, 65 anos, vila Franca de Xira
Escritiva nº 34 - policial

Theo De Bakkere ― escritiva 34


O bispote
O vaso de noite, um exemplar peculiar com um brasão dourado no fundo, tornou-se curiosamente a arma do crime. Achado por um polícia inábil quando pisou naquele bispote nobre. Quiçá uma pancada daí provocara a morte da condessa. Com a mansão ainda cheia de convidados suspeitosos, o polícia já não sabia com que santo se pegar. Pareceu-lhe um enredo inescrutável, sem vergonha procurava às escondidas nos livros da Agatha Christie, como o detive Poirot desenredara o enigma.
Theo De Bakkere, 66 anos, Antuérpia – Bélgica
Escritiva nº 34 - policial

23/07/18

Ana Paula Oliveira ― escritiva 134


Rapidamente o detetive descobriu a arma do crime: belíssimos, saborosíssimos, tentadores, irresistíveis cup cakes.
Verdadeiros crimes passionais, crimes maldosos, provocados na cidade pela artista pasteleira com os seus pequenos, mas mágicos bolos.
Por ironia do destino, conseguiu abrir a loja mesmo ao lado do consultório da nutricionista. Ora, nenhum dos seus clientes, homens, mulheres ou crianças, resistiu à primeira montra. Todos sucumbiram ao desejo ao primeiro olhar, à primeira trinca.
Cup cakes assassinos de todas as dietas!
Ana Paula Oliveira, 57 anos, S, João da Madeira
Escritiva nº 34 - policial

Programas Rádio Sim - semana 23 julho 2018


Todos os programas, sempre com Helena Almeida e Inês Carneiro, 

nas Giras e Discos, podem ouvir-se aqui (ou pelos links que estão em baixo).

Indicativo do programa:








- Música e letra: Margarida Fonseca Santos; 
Arranjos, direcção musical, piano e voz: Francisco Cardoso
- Histórias de Cantar CD - Conta Reconta

Horário na Rádio Sim - 17h45, todos os dias.

Quer saber que histórias foram lidas? Vá por aqui:

20/07/18

Elsa Alves ― desafio 145


O dia começou quando Cláudia acabou de contemplar a aurora, com a sua dança de flores perfumadas. Logo os clarões do sol lhe trouxeram recordações da felicidade vivida anteriormente. Crisálida em fuga de indícios de seda, quase cedeu à tentação obsessiva de avivar o ódio calado. Mas, esquecendo o amor traído, apercebeu-se de que, no reflexo do vítreo azul, ainda cintilava algum passado, vaga miragem de desafio para uma nova coragem. Foi quando decidiu seguir em frente...
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando…

Paula Tomé ― desafio 145


No Hoje, entre o Ontem e o Amanhã
O Dia começou quando ela acabou por adormecer, embalada na conversa da alma com o Ontem e o Amanhã.
Despertou. Apercebeu-se duma lágrima, mas sentiu-se serena...
Bebendo chá, apreciou aquela serenidade.
Pressentiu a tristeza, lá dentro, a ficar-lhe à flor da pele.
Pegou em papel e lápis. Saiu.
Debaixo duma árvore, sentou-se.
Desenhou.
Pensou nele.
Sentiu-o nela.
Sentiu-se Ali.
Ao reencontrá-lo, estaria bem Lá, mas regressaria Ali.
Contemplou-se, no Hoje, em Tudo aquilo.
Depois seguiu, ainda serena. 
Paula Tomé, 46 anos, Sintra
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando…

Amália da Mata e Silva ― desafio 145


O dia começou quando, o telemóvel começou a vibrar e a tocar freneticamente. Num sobressalto atende e ouço: “ Ó meu Deus”!
Interrogo com o olhar e responde: “Já partiu”...
Parece que começa a noite a partir daí. Já esperada mas, nunca querida, esta notícia. O tempo e o mundo param. Qualquer som vindo do exterior deixa de existir; qualquer luz deixa de brilhar; só a dor bate bem fundo nos nossos corações. É a consciência da perda.
Amália da Mata e Silva, 63 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 145 ― o dia/noite começou quando…

Eva Oliveira ― desafio 3

Este ano, a Laura faz 8 anos. Ela convidou 9 amigos, a sua mãe enviou um convite a 10 familiares. O ano passado, quando ela fez 7, ofereceram-lhe 2 estojos (a Laura anda no 1° ciclo), mas este ano deram-lhe 4 presentes: um caderno brilhante, 6 canetas, um globo de neve e uma camisola cor-de-rosa. A sua avó fez 5 bolos e a mãe da Inês trouxe uma gelatina e 3 taças de aperitivos.
Eva Oliveira, 11 anos, Lisboa
Desafio nº 3 – números de 1 a 10

Escritiva nº 34

Eu sou pouco dada a histórias de terror, mas já um bom policial não me escapa. Aliás, no verão tenho de ter sempre algum para me fazer companhia nas viagens.
E esse é o desafio: imaginem um crime cuja arma foi algo, aparentemente, bastante inofensivo. Pode ser um rebuçado, um envelope, uma escova dos dentes, pode ser o que vocês quiserem desde que pareça um "anjinho".

Eu escolhi esta arma para o meu crime, salvo seja!
O cenário estava preparado. A vítima completamente imobilizada e arma do crime empunhada. O procedimento era simples: acariciar as plantas dos pés até a vítima sucumbir de tanto rir, operação que não durou mais de 5 minutos.
Foi com alívio que o assassino confessou o seu crime, mas a sua sinceridade provocou sonoras gargalhadas:
― Quer-me convencer que matou um fantasma fazendo-lhe cócegas? 
― Sim, senhor guarda, o fantasma não me largava e decidi matá-lo outra vez. 
― Qu'é dele?! 
Paula Cristina Pessanha Isidoro, 37 anos, Salamanca
Escritiva nº 34 - policial

16/07/18

Programas Rádio Sim - semana 16 julho 2018

Todos os programas, sempre com Helena Almeida e Inês Carneiro, 

nas Giras e Discos, podem ouvir-se aqui (ou pelos links que estão em baixo).

Indicativo do programa:








- Música e letra: Margarida Fonseca Santos; 
Arranjos, direcção musical, piano e voz: Francisco Cardoso
- Histórias de Cantar CD - Conta Reconta