Foi como uma brisa que
me desalinhou, aquela vontade de ultrapassar o início da boa
música e rasgar sem medo a agitação que me sustinha.
Abri o piano e avancei
para o desafio.
Sem lugar para
uma declaração, escondi-me sorridente na luminosidade,
a testar as vantagens da impaciência enquanto esperava a próxima ovação
– que apareceu disfarçada de palpite de morte surda.
Com vaidade,
deixei-a passar.
E sobrevivi,
temerária, com os dedos nas teclas a desafiar o ritmo.
Rita Bertrand, 41 anos, Lisboa
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