Saiu
de casa, aliviado. O duche lavara os sonhos. Na paragem do 58, viu gente a quem
sorriu. Ninguém reparou nele, olhando o autocarro que chegava. Entrou e viu
reflectido no espelho do
motorista um desconhecido, barbudo, de cabelo claro e
frios olhos azuis. Afinal não fora um sonho: estava preso num corpo estranho, e
não sabia como lá entrara e se alguma vez conseguiria sair. Cambaleou
assustado, mas a sua alma negra sossegou-o. Talvez acordasse entretanto…
Rosário P. Ribeiro, 60 anos, Lisboa
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