Fixava-se na imagem retida na retina do
espelho e buscava descobrir o sentimento na expressão do rosto, alguma
transformação impercetível ao outro, não a ele próprio; algum sinal discreto na
superfície. Era como se investigasse um desconhecido: olhares e gestos que
servem para compor a unidade, da pluralidade que se vai revelando. Na
cumplicidade do espelho eram dois (consciência e corpo), mas só tinham uma
imagem; na indiferença da cidade eram dois, mas só tinham uma sombra.
Alex Santi, 28
anos, Ericeira
Desafio nº 207 ―
frase de Afonso Cruz
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