31/01/21

Matilde C – desafio 233

Por muito tempo a minha vida girou em torno do que errei.  

Demorei demasiado tempo a encontrar a parte de mim que queria ser melhor. Mas o passado, já não o tenho, muito menos o conseguirei mudar. 

O futuro, não o conheço. Não sei o que me espera, ou até se vale a pena esperar. 

É demasiado cansativo estar preso ao que aconteceu ou obcecado pelo que acontecerá. Por isso, vivo sempre no presente. Assim escolhi fazer.

Matilde C, 14 anos, Odivelas

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

Elsa Alves – desafio 196

"Só se eu fosse louca!!!" – gritou ela, saindo do café a correr, espavorida. Fez-me confusão aquela sua atitude. Não a conhecia bem mas, achava-a uma pessoa calma. Encontrávamo-nos, por vezes, em festas, onde o seu aspecto extravagante dava que falar. Não convivia e isolava-se de todos, mantendo-se num mundo só seu. Não resisti a correr atrás dela. Louca?!? O que teria acontecido? Respondeu-me, completamente atónita: "Não compreendo!!! O empregado propôs-me um encontro. Só se eu fosse louca!!!"

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 196 ― só se fosse louco

Rosélia Bezerra – desafio 233

O passado, já não o tenho, embora tenha me causado tanto dano. Renasci, tomei atitude e disse a mim mesma: - Vivo sempre no presente.

Assim vivi meus últimos quatro anos, de maneira muito feliz colhendo Amor, vida saudável, qualidade de vida.

Até que uma noite tenebrosa, tive em minha vida uma ação diabólica que me fez morrer viva.

Desde então tomei ciência:

O futuro, não o conheço.

A tristeza invadiu totalmente meu viver deixando rastro diabólico mortal.

Rosélia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

Fernanda Malhão – desafio RS 14

Albertina era o amor de Alfredo. A menina mora junto a fonte, Alfredo pendura uma rosa nos aros da sua porta todos os domingos. O soar dos sinos da igreja também assinalava o encontro, correram para atrás do lagar, poderiam optar ir mais longe, mas não queriam que dessem pela sua falta. Sem demora Alfredo roubou-lhe um beijo! Poderia jurar que os lábios da amada sabiam a romã.  No almoço sorria para o prato e reviver beijo!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 14 – três trios de palavras em anagrama

Arlene Nunes - desafio 233

Amigo Pessoa, infelizmente não vivo no Presente. O que é isto? Uma guerra sem fim? Recuso-me a mil a viver este desastre. O passado é tão mais quente e agradável. Éramos livres e essa saudade ninguém nos tira. Do futuro sabemos nada, mas nele deposito a minha confiança. Com abraços e beijos, sem medos e sem covid, assim te quero e assim te espero, meu feliz "amanhã". Estaremos juntos e esse sim será o nosso maior presente. 

Arlene Nunes, 31 anos, Funchal 

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

Chica – desafio 233

Vivo sempre no presente, até porque quem gosta de passado é museu... Isso dizia D. Nair, vizinha de casa, no Rio.
No entanto toda semana com minha mãe ia a um museu visitar. 
Ela teimava em dizer: o futuro não o conheço, por isso HOJE vou viver. 
Se alguém lhe questionava sobre a vida, respondia: O passado, já não o tenho... Mas seguia contando todas as peripécias vividas desde os tempos de criança até a idade atual.

Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

Publicado aqui: ♥ Chica brinca de poesia ?♥: ♥ Negação ou teimosia?♥

Ana Paula Oliveira – desafio 232

Vai valer a pena partir aceleradamente, com todos os sentidos alerta, e descobrir o mundo.

Viajar numa galera, mar afora.

Explorar galerias labirínticas por entre rochas e grutas.

Voar pelos ares numa vassoura mágica.

Perder-se por aí, sentir cores e sabores, sons e ritmos.

Ouvir os silêncios. E até alguns gritos.

Descobrir a beleza das histórias. LerReler.

A solidão é intolerável. Os livros têm gente dentro, trazem o mundo para dentro de cada um de nós.

Ana Paula Oliveira, 60 anos, S. João da Madeira

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

30/01/21

Desafio nº 233

Uma citação, de Fernando Pessoa:

«Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho

 

E se nos apoderássemos da citação de Fernando Pessoa e a usássemos como bem entendermos? 

Podemos reparti-la pelo texto.

 

Esta é a minha sugestão:

Vivo sempre no presente. Quer dizer, às vezes caio na tentação de viver no passado, de me aconchegar em memórias bonitas, de acariciar gestos que aqueceram, de convidar para jantar pessoas que ainda cá vivem dentro, mesmo depois de me terem deixado. Mas o passado, já o não tenho. Então projeto-me no futuro, organizo páginas de agendas por arar, preparo sonhos de estrada às costas. Só que o futuro, não o conheço e às vezes engano-me, tropeço.

Paula Cristina Pessanha, 39 anos, Salamanca

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

29/01/21

Laura C – desafio 215

Quando um aluno tem um teste, toda a gente diz que ele tem de estudar. Caso tenha uma positiva, ele pode dar a boa notícia aos pais. Como ele teve uma boa nota, o aluno arranja coragem e pede um presente aos pais. Então, os pais decidem fazer uma surpresa ao filho e viajam uma grande distância pelo mundo inteiro para lhe comprar uma máscara.Lavando bem as mãos, ele agradece aos pais e coloca a máscara.
Laura C., 9ºB, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Rafael F – desafio 215

Todos os anos em Veneza dá-se um caso muito importante, o tradicional festival em que toda a gente tem que usar máscara. Eu nunca lá fui devido à distância, mas estou sempre atento para ouvir alguma notícia e assistir a essa tradição que é notícia em todo mundo. Estou de mãos atadas porque calha sempre numa altura em que eu tenho que estudar muito por causa do teste de português que tenho no final do primeiro semestre.
Rafael F., 9ºB, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo
Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Afonso F – desafio 215

Na Ásia, mais precisamente na China, o país com mais habitantes no mundo, uma grande parte da população utiliza máscara em consequência da poluição atmosférica. O país tem agora em mãos um teste difícil pela frente, caso não consiga reverter esta situação ficará em maus lençóis. A notícia de que a China é o país com mais poluição, espalha-se pelo mundo. O Japão, um país com pouca distância da China, é um dos países com menor poluição. 
Afonso F. 9ºB, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Filipa S – desafio 215

Uma família decidiu concretizar o sonho de viajar.
Que mundo grande tantos destinos desconhecidos para onde ir! Não era um caso de fácil solução.
Decidiram fazer um teste para escolher o país e puseram mãos à obra. Queriam sol, festa e alegria.
Escolheram ir ao Brasil, um país a longa distância, ver qual seria a mais fantástica máscara de carnaval.
Deram a notícia aos amigos e começaram os preparativos.
Na véspera estavam prontos.
Que aventura iria ser!
Filipa S., 7ºA, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Leonardo A – desafio 215

Carnaval! O mundo inteiro estava a festejar! Vi uma notícia na TV a dizer que era o melhor carnaval. Dizem isso todos os anos… 
Repensei se deveria festejar ou não: O festejo ficava a uma certa distância de casa. Sem contar que tinha de estudar! Iria ter um teste dois dias depois. Caso não estudasse poderia ter má nota. Mas fui. Vesti-me bem: Coloquei luvas de fantasia nas mãos, uma máscara de Carnaval e saí. Foi divertido! 
Leonardo A., 7ºA, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo
Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Mariana R – desafio 215

Quando cheguei ao Bloco E, a enfermeira encontrava-se no chão, morta. As mãos estavam perfuradas e a máscara tinha um conjunto de números. Decidi manter a distância, pois uma solução azul começou a sair da sua boca e a espalhar-se pelo chão.
Não sabia mais o que fazer, os números na máscara não me diziam nada. Seria um teste?
Cheguei a casa e atentei a notícia na televisão. O caso ter-se-ia espalhado pelo mundo e tornar-se-ia popular.
Mariana R., 7ºA, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Afonso D – desafio 215

Há muitos anos surgiu um fenómeno que deixou o mundo alarmado. Uma notícia apareceu em todos os telejornais: As árvores estavam contaminadas, então caso as pessoas lhes tocassem com as mãos, ficariam impossibilitadas de se mexer.

Passados meses de teste após teste, alguém descobriu que as árvores estavam com muitas alergias e para não passarem isso às pessoas, estas tinham que manter distância de 5 metros e usar máscara.

Felizmente, mais tarde, estas alergias das árvores desapareceram.

Afonso D., 8ºano, Ramada

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Pedro D – desafio 215

Hoje, terça-feira dia 26 de Janeiro de 2021, apareceu nos meios de comunicação, nomeadamente na televisão, uma notícia que chocou o mundo. Este é caso para se dizer que foi um esplêndido assalto ao Louvre. Homens armados entraram portas adentro com máscara, e até mesmo com as mãos cobertas por umas luvas de pele. Jovens ouviam gritos à distância enquanto faziam um teste. Mas, no final de contas, tinha sido apenas um sonho de um pobre rapaz...

Pedro D., 11ºano, Ramada

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Matilde C – desafio 215

A insegurança é o maior impedimento à felicidade que existe no mundo. É como uma máscara que nos impede de ver e mostrar o que somos, que nos faz crer que a distância entre nós e o que sonhamos é impossível de ultrapassar.

A vida torna-se um teste. Vive-se na expectativa de uma notícia boa que parece nunca chegar. Questionamos se está nas nossas mãos o poder sobre o nosso destino, se não somos um caso perdido…

Matilde C., 9ºC, AE Vasco Santana, prof. M. Dulce Diogo

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

27/01/21

Tiago – Desafia-te!

O Natal Matemático

O Natal no mundo da matemática é diferente. Em vez de comerem bolo rei e peru, os números sentam-se à mesa por ordem e comem o bolo da multiplicação dividido pela raiz quadrada por todos. Não existe o Pai Natal, mas sim o Avô Percentagem. As crianças subtração são os elfos e em vez de renas o Avô Percentagem usa noves. Ver os presentes debaixo da árvore Adição é do melhor que há. Mas que grande festa!

Tiago, 11 anos, Mafra

Desafia-te – TC

Fernanda Malhão – desafio RS 13

Dias frios, sinto também a frieza das horas de solidão, a alma congelada por ficar meses sem família por perto, as videochamadas de curta duração não suprem a falta de amor que consome. Semanas sem ter com quem conversar, a ver as mesmas paredes, apenas a trocar breves falas com quem faz a higiene ou traz comida. As palavras atrapalharam-se dentro da minha cabeça, já não consigo articulá-las com nexo. Há uma pandemia também dentro de mim!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 13 – … palavras atrapalharam-se dentro…

Toninho – desafio 232

Valéria eximia dançarina de bolero. Além da dança a beleza escultural. A galera feminina morria de ciúmes. Os rapazes sentiam aceleração da pressão sanguínea, mas lerdos não sabiam dançar.

Ela dançava sozinha, quando um idoso lhe estendeu a mão. Os intoleráveis jovens, fizeram pilheria. Tocava “Bèsame mucho” onde o casal dançava belamente.

No final olhou a galera, desvestiu sua fantasia de idoso. Era Euler o famoso professor de dança, que no microfone alertou:

– Cuidado com as aparências.

Toninho, 64 anos, Salvador-Bahia, Brasil

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Publicado aqui: mineirinho-passaredo

26/01/21

Isabel Venda – desafio RS 47

Um homem solitário, de cachucho no dedo, fora assassinado pelo grande rival de negócios depois de uma zanga movida a dívidas e dinheiro.

– Impossível! Nem que esfregasses uma lamparina sairia nota. Falido. Urso! – disse-o na tentativa de espicaçar.

O crime bárbaro envolto em misticismo fora ocultado pelos vidros fumados de um jaguar preto. Acordei, atrapalhada, sobre o xaile e com um zumbido de varejeira. Havia terminado. Era o primeiro de quatro sonhos. Soubesse eu e teria hesitado.

Isabel Venda, 28 anos, Santarém 

Desafio RS nº 47 – 23 palavras obrigatórias!

Helena Rosinha – desafio 232

“Clero e nobreza recebiam terras e…”  Uma cotovelada inesperada, alerta-me para o que se passa lá fora. A malta do costume, expulsa das aulas pelas palermices do costume, acelera os skates na rampa, joga à bola, à lerpa. Para eles, História “são lérias”; e nós os lerdas que papam as patranhas todas. Na aula, o professor prossegue, vincando cada palavra: “… a ignorância é perigosa! O estudo da História contribui para formar cidadãos com pensamento crítico, mais tolerantes…”

Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

23/01/21

Isabel Lopo – desafio 232

Decidi reler o que escrevi para ver se o faria com menos cólera. Mas não poderia ser tão tolerante. Deixei aquele palerma valer-se da amizade com que lhe entreguei o rascunho para o concurso de escrita, para o copiar. Valeria a pena perder tempo com um lerdo daqueles? A minha alergia era muita... Resolvi Acelerar a minha decisão. Faria um novo texto muito melhor do que aquele! E ele que ficasse a tresler o outro já derrotado...

Isabel Lopo, Alentejo

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Fernanda Malhão – desafio RS 12

Uma paixão de adolescência. Dizia a si mesma. Mas a chama permanecera. Abafada pelas novas rotinas. Os anos passaram rapidamente. Rumos diferentes os distanciaram. Foram felizes mesmo separados. O destino aproximou-os novamente. Assim sem nenhum aviso. Sorrisos desconcertados, corações saltitantes. Impossível disfarçar aquele sentimento. Tinham seus compromissos familiares. Valores fortes, sem dúvida. Mas uma louca vontade. Vontade de viver essa paixão. Guerra entre razão/coração. Segundos a trocar olhares. Eternamente marcados na memória. Até um dia! Razão vencedora!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 12 – texto em prosa com frases de 4 palavras

António Azevedo – desafio 45

O pior é o arrependimento do que não foi feito ou dito. O carinho não entregue. A esperança frequentemente perdida.

Tudo por causa da minha indecisão. Deixei-me arrastar pela mágoa e pelo orgulho.

Será que ainda vou a tempo?

A tempo de me libertar da solidão, a minha atual companhia. De encher a minha vida com os gestos não feitos e as palavras não ditas.

Será que consigo escolher viver em vez de me arrastar pela vida?

António Azevedo, 55 anos, Lisboa

Desafio nº 45 – emoções por ordem alfabética

22/01/21

Fernanda Malhão – desafio RS 11

Quando quero falar mais do que o outro, impeço sua voz

Quando não escuto o outro está a dizer, negligencio seus sentimentos

Quando acho que só meus problemas são importantes, esqueço a empatia

Quando consigo escutar o outro com o coração, verdadeiras pontes surgem

Quando me coloco no lugar do noutro, mudo a minha perspetiva

Quando me ponho ao serviço do outro, ganhamos os dois mais

Quando todos contribuem com pouco, com cada pouco se faz muito

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 11 – 7 frases de 11 palavras, sempre com uma palavra repetida

Theo De Bakkere – desafio 232

Estudar

Entre lerdezas e vazios, avancei a ler e reler um texto sobre leis keplerianas. Mesmo estando mais alerta, não entendia nada. Não sou lerdo, porém, era como se estivesse a tresler as palavras. Porquê? Um estudante pasteleiro deveria definir o movimento da terra em torno do sol para fazer pastéis. Aliás, quem de vocês já terá ouvido falar desse sábio alemão? Eu não, de Hitler, sim, mas este ditador colérico nunca foi classificado na galeria de cientistas.

Theo De Bakkere, 69 anos, Antuérpia Bélgica

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Mais textos aqui: http://blog.seniorennet.be/lisboa

António Azevedo – desafio 44

Na mesa um livro. Era para o ler. Mas ele não quer. Sonha em ir jogar à bola para a rua. Mas não, ali está ele, com um livro.

A mãe não o deixa falar, não quer ouvir o que ele lhe pede.

Pensa em sair sem a mãe notar. Será que é capaz? Luta com o medo de ser visto.

Anda passo a passo até à porta. Com jeito abre a porta e sai a correr.

António Azevedo, 55 anos, Lisboa

Desafio nº 44 – palavras com apenas 1 ou 2 sílabas

21/01/21

Cristiana Rodrigues – desafio 202

Discutíamos, gritávamos muito, sempre mais do que ontem.

ontem, esse repetidor de passados. Esse triturador de futuros.

Ele dizia-me:

“O meu ontem é diferente do teu ontem? Mesmo que juntos?”

Calei, não respondi. Calava constantemente.

“Se o meu ontem for atrás do teu, formarão um novo amanhã?”

Olhei-o com força e disse, quebrando qualquer ontem que nos uniu:

“Não sei, não quero saber. Não te quero dar mais um ontem, pois obriga a mais um amanhã.”

Cristiana Rodrigues, 38 anos, Lisboa

Desafio nº 202 ― 7 vezes a palavra ONTEM

Cristiana Rodrigues – desafio 232

António Caramelo, moço de estrutura fina que nem página de livro, sofria de lertudofagia e dançava boleros nos bordéis por essa vida afora. Ao boémio acelerado valeu-lhe ter conhecido, e desposado, Patrícia Bookoskova, ávida leitora de calhamaços, ou lertumaça como ele lhe chamava, quando não a apelidava de lerturona, não pelo seu porte, mas por ser dona de fortuna em formato de livros raros. Juntos, desfilavam encantados na galeria da vida, onde pousavam horas, lendo relerlendo bolerolando.
Cristiana Rodrigues, 38 anos, Lisboa

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Helena Rosinha – desafio 231

– Vem depressa mana, o dragão das pétalas de fogo está a afogar-se.

– Qual dragão, quais pétalas?

– Ali ao fundo, não vês? Temos que o salvar.

– Para, Sofia, não sejas mentirosa. Olha que se a mãe ouve…

Desta vez, o protagonista era o dragão. Noutros dias, a baleia-azul passeando-se de trenó no cais ou, talvez, um pescador a levantar voo na sua sofisticada traineira. 

Eu não mentia, simplesmente, aberta a janela, os olhos da imaginação falavam por mim.

Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 231 – fotografia como inspiração

Natalina Marques – desafio 232

Neste mundo cómico e acelerado em que vivemos, sempre alertados para os perigos coléricos e cheios de alergias, a que alguns chamam palermices que não passam de lamechices.

Vamos fazendo valer os valores ensinados pelos nossos saudosos antepassados. E enquanto, uns assistem felizes na sua galeria ao triste bolero da vida, outros tentando mudar o mundo, dão a sua pelos que são flertados a desprezá-la e desvalorizá-la.

Essa mudança não passará de um sonho? Espero que não.

Natalina Marques, 61 anos, Palmela

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Rosélia Bezerra – desafio 232

Euler era um homem sensível, jamais magoava sua amada.

Ficava de alerta para sentir como ela estava, se tudo estava bem e fazia o impossível para que tivessem uma galeria de momentos felizes para acelerar um relacionamento cheio de encantos.

Tinha tolerância em seu comportamento.

Laura tudo tolerava e reconhecia equivaler a Amor.

Viveram muito felizes até o final de suas vidas.

Teriam condições de lerem nos olhos lindas lembranças.

Um bem-querer inesquecível acelerava belíssimas emoções infinitas.

Rosélia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Isabel Venda – desafio 232

A Maria Alice que acorda cheia de lerdice

sem seu nome saber

que chatice, Maria Alice(!)

pula da cama e vê que a noite ainda está a valer

De tranças pretas presas nos cabelos, cansada de sonhar borboletas, pega no livro à cabeceira e começa a escrever

o que equivaler, perdão(!), o que equivale dizer

A Maria Alice que acorda lerda, cheia de lerdice deu aso a este poema acelerado meio afoleirado, apalermado(!):

singelo, recusou-se a (re)ler.

Isabel Pereira Rodrigues da Venda, 28 anos, Santarém

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Sofia Sobral Ramos – desafio 232

Não se pode tolerar tal esquecimento! Neste confinamento, não é o livro um complemento? Vão reler essas determinações! Porquê esta intolerância à cultura? Deixem viver a leitura! O vírus acelera de tal forma que atropela vidas, relações, mas também tem turvado alguns, com um olhar lerdo e desorientado. Orientem-se! A leitura é um resquício de liberdade. É palerma aquele que tal não vê! Não derrubem as estantes, antes ergam galerias de saber. Livros, façam-se ouvir, façam-se valer!

Sofia Sobral Ramos, 43 anos, Coimbra

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

António Azevedo – desafio 43

Olhava absorto para o lago. Nem conseguiria dizer em que pensava.

Acordou daquele transe com a mudança provocada pela queda duma simples gota. A lisura do lago estava desfeita pelos múltiplos círculos que se iam propagando.

Pôs-se a pensar que o que acontecia no lago era o mesmo lhe estava a acontecer.

A monotonia da sua vida fora estilhaçada por um único acontecimento: acabara de conhecer alguém.

Sorriu. Há muito tempo que não se sentia tão vivo.

António Azevedo, 55 anos, Lisboa

Desafio nº 43 – imagem de uma gota a cair numa superfície lisa de água

Fernanda Malhão – desafio 232

Não é possível, será que ninguém sabe ler? Ou serão lerdos das ideias?

Credo! Por que essa cólera toda? Temos de der mais tolerantes!

De repente dei por mim a falar sozinha feita palerma, ela zangada a valer, saiu toda acelerada porta afora e foi discutir com as colegas da secção ao lado.

Todos ficaram em alerta, ela estava capaz de devorar as suas cabeças como uma leoa esfomeada!

Tudo isso só por que desligaram os aquecedores?

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 232

LER 

Ler é conviver com as letras como se fossem pessoas, e estas podem ser severas, austeras, mestras, meigas, ternurentas, más ou boas. É degustá-las, saboreá-las, juntá-las, esmiuçá-las uma a uma soletrá-las. Ler é ponderar, refletir, viajar no tempo e no espaço, é caminhar com elas de mãos dadas para nos ajudarem na caminhada. Ler é criar com as palavras laços. Ler não é um entretém, mas uma paixão que abraço, nos alimenta e faz viver o coração. 

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Verena Niederberger – desafio 232

Euler fora alertado.

Desta vez seria prá valer:

Próxima vez que chegasse em casa, trocando as pernas, não iria mais tolerar comportamento do palerma.

Marido bebia no bar, com a galera, todas as noites.

Seus gestos eram lerdos.

Paciência da esposa no limite.

Cólera aumentou

Certa madrugada, ela, não mais suportou.

Marido abriu a porta cambaleando.

Sua gritaria os vizinhos acordou.

Com rolo de pastel, na cabeça, tomou.

Rodopiou, foi ao chão.

Não teve perdão.

Que situação!

Verena Niederberger, 70 anos, Rio de Janeiro, Brasil

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

20/01/21

Chica – desafio 2323

O que teria novamente feito Alfredo para deixar Valéria tão irritada assim?
Estava encolerizada, irada e gritava ao gajo: Atenta ao teu fecho ecler da calça! Mostrarás o documento pra galera

Palerma, já te disse que pareces esclerosado

Não aguento mais teu jeito lerdo de viver! Stupoire! Quantas vezes dei o alerta?
Pareces te mover em ritmo de bolero, enquanto a música da vida é o rock!
Te orienta, senão pra aguentar, só com chá de valeriana

Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Publicado aqui: ♥ Chica brinca de poesia ?♥: ♥ O fecho e o desfecho,rs... ♥

Matilde C – desafio 132

Na minha perceção, amar é voar sem rota para seguir ou hora para voltar.

É sentir que o mundo não roda e querer viajar estrada fora.

É fazer sua voz soar orar para perdurar.

É a impressão de um mundo rosa onde por tudo se cora.

É algo que não sai caro e é mesmo assim tão raro.

amor não é obra fácil muito menos sentimento raso, é imensidão, é paixão que em nós mora.

Matilde C, 13 anos, Odivelas

Desafio nº 132 ― AOR + 1

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 231

MAR 

Ó mar de águas cinzentas 

Neste inverno tão rigoroso 

Os teus barquinhos ostentas 

Estás calmo e não revoltoso. 

 

A cor do céu parece refletir 

Nas tuas águas cor de cinza 

Ó mar eu estou a pressentir 

Que o céu contigo não ranzinza. 

 

Tu tens bom feitio e humor 

Oiço os pescadores falarem 

Que tu mar és mesmo um amor. 

 

 

Tu andas mar na tua azáfama 

Deixas as redes ao mar lançarem 

Não precisas de arranjar mais fama. 

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa  

Desafio nº 231 – fotografia como inspiração

Mª Filomena Galvão – desafio 231

Foco a objetiva, regulo a luz, disparo uma, duas, inúmeras vezes. As fotos estão um espectáculo, mas são fruto da bela aldeia avieira. A paisagem deleita-me. O céu e o mar unem-se, reflectem um azul meio crepuscular de fim de tarde. Não há qualquer agitação, qualquer brisa. Tudo está calmo. As águas apenas são pintalgadas pelos barcos e pelas bóias. Infelizmente as peliculas não transmitem o cheiro da maresia e o som da verde ilha dos pássaros. 

Mª Filomena Galvão, 60 anos, Corroios

Desafio nº 231 – fotografia como inspiração

Desafio nº 232

Dentro da palavra ler, há conhecimento, refúgio e companhia. 

Ler abraça um mundo inteiro. 

É por isso que vos peço que encontrem 8 palavras que tenham a sequência LER e as incluam no vosso texto de 77 palavras.

 

O meu ficou assim:

Ler é o melhor remédio, seja para acalmar a cólera ou suportar o isolamento. Não provoca doenças ou alergias. O único perigo é o de alimentar a imaginação. E ainda que o seu valor nutricional não seja de equivaler ao das proteínas, tem o poder de provocar um pensamento célere e de impedir a propagação de palermices. Deixa-nos mais alerta e só isso já é razão para não tolerar que o livro deixe de ser (bem) essencial.

Isabel Peixeiro, 38 anos, Mafra

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

19/01/21

Elsa Alves – desafio 192

Desceu o carreiro que levava de casa até à praia. Quase privativa, como ele dizia, a brincar. O nevoeiro caíra. Denso. Mal avistava o mar, mas, sabia-o à sua frente. Um bando de gaivotas distribuía-se pelo areal, algumas pousadas nas rochas. Teriam ali estado, naquela noite? Quando ele viera, de pijama, arrastando os pés descalços e procurara descanso nas ondas? Apertou o casaco contra o peito e tomou o caminho de volta. Ele fizera a sua escolha.

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 192 ― gaivotas em pedra

Fernanda Malhão – desafio RS 10

Num liquidificador bater 4 ovos, 3 cenouras grandes em rodelas, 1 chávena de óleo (roubo um pouco nessa quantidade), 1 chávena de açúcar. Triturar bem até ficar uma mistura muito hem homogénea. Depois acrescentar e misturar aos poucos 2 chávenas de farinha e finalmente uma colher de sobremesa de fermento. Despejar numa forma untada com manteiga e farinha. Assar no forno 160ºC cerca de 40 minutos. Desenformar e cobrir com uma cobertura de chocolate ao seu gosto.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 10 – uma receita em 77 palavras

Fernanda Malhão – desafio RS 9

A melhor prenda de sempre? Acho que não consigo escolher, mas não foram com certeza as prendas materiais, que se compram com dinheiro. Com certeza os meus filhos foram duas prendas maravilhosas que recebi. Mas também tive abraços apertados, troca de olhares e sorrisos, palavras de apoio e incentivo que nunca esquecerei!  As vezes são pequenos gestos que podem mudar o rumo das situações, que eternizam momentos na nossa memória! As melhores prendas não podem ser embaladas!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 9 – A melhor prenda que recebemos na nossa vida (não precisa de ser material, pode ser emocional)

Helena Rosinha – desafio 80

Daqui de cima topa-se tudo. A mesa posta, as luzes do pinheiro a acender e a apagar, o presépio — agora reparo, falta uma orelha à vaca. Eu bem desconfiei da rataria esta noite. Olha, o Francisco acabou de entrar. Com aquelas calças aos rasgões, ainda dá o chilique à avó.  Arre! A Belita não larga o namorado; teceu-lhe bem a teia. Conseguisse eu fazer igual. É que Natal sem amor, não é Natal. Nem para uma aranha.

Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 80 – o Natal da aranha

Maria José Oliveira Saúde – Desafia-te!

CONTO O caldo de pedra – por Maria José Oliveira Saúde (na leitura, o L teria de ser omitido)

O caldo de pedra

Um frade andava ao peditório; chegou à porta do lavrador, mas não lhe deram nada. 

Pegou numa pedra do chão, e olhou para ela para ver se era boa para fazer um caldo. Tudo a rir do frade. E o frade foi pedindo, várias coisas: uma panela, unto, pedrinha sal, olhinhos de couve, um chouriço.

O caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço. A pedra lavou-a e levou com ele. E assim comeu!

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Susana Dinis – Desafia-te!

CONTO A lenda das casas de Zimbra – por Susana Dinis (letra R em palavras intercaladas)

Um reles tirano reinava arrogante. Rejubilando, obrigava raparigas Celtiberas a resignarem-se à sua ridícula vontade: refastelava-se cruel, reivindicando servir-se das resignadas desposadas.

Romântico, Zimbra repudiou este rude ato, reuniu um rol de outros rapazes e realizou o impensável: rápido construíram um recinto de casas, no refúgio do mar, rumando à liberdade. Resgatou a Maris do ritual e da rixa morreu o reles tirano. Reza a história, respeitoso, o povo restabelecido, a Zimbra referenciam o nome da região.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Marisa Gomes – Desafia-te!

CONTO D. Fuas Roupinho – por Marisa Gomes (conto terror/assustador)

Era uma vez um castelo perdido no meio da serra, guardado por um cavaleiro. Um Cavaleiro corajoso, destemido, vencedor e caçador. Caçava tudo o que lhe aparecia à frente. Perseguia, ogres, animais selvagens, outras figuras assustadoras. (ARRRRR que medo)

Certo dia o céu escureceu, ele tremeu de medo, mas continuava a cavalgar sem saber o que estava a seguir...subitamenteeeee percebeu que se estava a aproximar de um precipício, vummm, vummm, vummmm… acabou a história. Quem sou eu?

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Joana Barata – Desafia-te!

CONTO A lenda da Caparica – por Joana Barata (sem a letra L)

Conta-se que há muitos anos, num local ermo, vagueava sozinha uma velha que nada mais tinha senão roupa que trazia no corpo e uma capa que muito pesava. Essa, de aspeto nobre, tinha-a desde que se lembrava, mas só na hora da sua morte descobriu que havia um tesouro no seu forro. Deixou-a então em testamento ao Rei, para que com essa riqueza desenvolvesse aquela terra junto ao mar, cujo nome se deveu a essa rica capa.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Paula Margato – Desafia-te!

CONTO História da Carochinha – por Paula Margato (versos AR, ER, IR, OR)

Coleoptera peculiar

Com vaidade e tolice a valer

Dos seus requisitos não podia prescindir

sendo o mais importante, o amor.

 

Gostava da casa aspirar

Nos modelitos surpreender

Um após outro teve de dissuadir

Até chegar candidato mais promissor.

 

Mas quis o destino da felicidade desdenhar

E o noivo teve que padecer

prepara-te para ouvir,

em todo o esplendor...

 

A culpa do pecado mortal

que alguém não conseguiu conter,

Um conto para refletir

com uma pitada de humor.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Maria João Travassos – Desafia-te!

CONTO A sopa de pedra – por Maria João Travassos (integrar as 7 cores do arco-íris)

Ele trazia numa mão uma enorme panela preta, de ferro fundido, com uma grande pega e tampa. Lá dentro, apenas uma simples e pequena pedra cinzenta. Para lhe fazer companhia, primeiro trouxeram o vermelho com cheiro a fumeiro. Depois apareceu o verde, ainda com raízes e cheiro a terra. Os vários tons de azul foram trazidos pela água e os tons de laranja e amarelo chegaram para aquecer. No fim, ficaram com um belo e saboroso arco-íris.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Isabel Peixeiro – Desafia-te!

CONTO A velha Miséria – por Isabel Peixeiro (versos AR, ER, IR, OR)

A velha Miséria tinha no seu pomar

os figos mais doces que se podem comer.

Os fedelhos da aldeia faziam-nos sumir,

até acolher uma mendiga com um favor.

Deu-lhe alimento, deixou-a descansar,

recebeu um feitiço para agradecer:

Quem à figueira subisse, não poderia sair.

Nem mesmo a Morte vestida a rigor,

saiu dali sem se deixar enganar.

Presa na figueira, teve de ceder.

Deste mundo, sem nunca ter de partir

ficou a Miséria a espalhar o horror.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Eva Barros – Desafia-te!

CONTO O sal e a água – por Eva Barros (integrar as 7 cores do arco-íris)

Num palácio ouviu-se: quanto me querem? Quanto o amarelo do sol. Quanto a minha própria vida. Quanto o gosto do mar azul. Roxo de raiva expulsou-a. Como cozinheira deixou cair o seu anel de princesa num pastel de laranja. O príncipe desposaria a quem servisse o anel de pedra índigo. Coube à cozinheira de lábios vermelhos. No casamento serviram uma sopa verde deliciosamente temperada exceto ao sogro que aí entendeu o quanto a sua filha o queria.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te

Natália Dias – Desafia-te!

CONTO O moço do cego – por Natália Dias (diálogo entre um alentejano e um tolo)

Tola- Tu precisas de um empregado! Até podia ser eu.

Alentejano- Ajudas-me a guiar pelos caminhos desconhecidos.

Tola- Dás-me comer!

 Alentejano – Comes como eu.

Tola –Pois, pois não me dás da tua chouriça! Castigo-te.

Alentejano - Eu não cumpri, fui guiado até um chaparro. Mas que vem a ser isto, esmurrei o nariz-.

Tola- A vingança serve-se fria! 

Alentejano- Comeu o meu pão, a malandra. Agora manda-me contra o chaparro!  

Tola- Não me dás mais porrada, com o teu bordão.

Alentejano- Passa para cá o meu dinheiro.

Uma iniciativa do Clube Arco da Leitura, moderado por Andreia Salgueiro - Arco da Velha – a partir do jogo Desafia-te