28/02/21

Lica – desafio 236

Restituir a alegria àquele rosto triste, era o rastilho para começar. O resto viria depois. Era crescente o desejo de transmitir alguma luz, com respeito, porque sendo cristão, tinha que ser versátil, ter sempre uma réstia de esperança para persistir no seu intento. Risota não estava no rasto ideal, tinha que restabelecer nele o equilíbrio, transportar para longe a crosta que o cobria, restaurar toda a confiança, arrostar com o que rasteiramente o perturbava. Conseguir ressuscitá-lo!

Lica, 81 anos, Lisboa

Desafio nº 236 – RST com 3 palavras pelo meio

Beatriz N – desafio 198

Ainda me lembro, daquele mar onde brincava com o meu mano, via a minha mãe a comer romã e o meu pai a ver ummoinho que estava lá ao pé.

Mas de repente algo fantástico surgiu à minha frente, uma formiga a surfar em cima de um cavalo-marinho! Nunca vi nada assim! Logo percebi que o meu sonho se estava a realizar (ver algo muito estranho e fora do normal).

Bem, agora digo-vos adeus, até amanhã.

Beatriz N, 5ºE, Escola Dr. António Augusto Louro, professora Isabel Preto

Desafio nº 198 ― anagramas de rosmaninho


Maria do Céu Ferreira – desafio 224

Por travessas e carreiros,

Andava o bode pastando,

Desviou-se dos parceiros

E ia à frente cheirando!...

 

Ai o cheirinho do mar!...

Refrescando aquele calor,

Pensava, pois, Valdemar,

Tranquilizar tanta dor!...

 

Até que, distanciado,

Do rebanho e do pastor,

Encontrou um descampado

Que o tornou sonhador…

 

Até tinha guarda-sol,

Toalha p´ra se deitar,

Com os corninhos ao sol,

Tinha a frescura do mar!...

 

Que simpatia de vida!...

Ia arranjar companhia…

Até tinha uma bebida,

Mar, beleza e maresia!...

Maria do Céu Ferreira, 65 anos, Amarante

Desafio nº 224 – bode à sombra

Desafio nº 236

Que tal descobrir palavras com as letras RST e escrever 


um texto com 3 palavras de intervalo entre cada uma delas?



Ora, o meu ficou assim:

Destruía, inconformado, o dicionário. Restava pouco tempo para satisfazer o pedido dela. Estranhara-lhe o ar alucinado, estreitando os braços vagamente, restringindo a luz solar. Destrambelhada, falava à janela, estremecendoao vento enquanto estreava palavras quase esquecidas: restaurante, por exemplo. Porquê?! Restaurar, qual o significado? Restauração de mobiliário? Ou restauração, cozinha, alimentação? Finalmente, restituíra-lhe a calma aceitando estender pelo chão folhas, destruídas, mas com palavras. Estabilizara-a, oferecendo sonhos. E restabeleceraa paz vencendo misteriosamente aquela demência tão devastadora.

Rosário P. Ribeiro, 64 anos, Lisboa

Desafio nº 236 – RST com 3 palavras pelo meio

26/02/21

Tiago Pina – desafio 235

O António não percebia a razão pela qual o Paulo queria voltar a 1926; o Paulo gostava que o António não estivesse tão distante dele. Os dois amavam-se, mas não se entendiam.

Uma madrugada, o Paulo saiu de casa decidido a não voltar mais. Viu a seta e seguiu caminho, mesmo sem ter certezas do rumo que estava prestes a tomar.

Quando acordou, o António percebeu que ficaria sozinho para sempre; as setas não se escolhem; matam-nos.

Tiago Pina, 42 anos, Lisboa

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Carla Silva – desafio 217

Donatela

Donatela juntou mais um dente de alho no refogado e colocou o lume mais alto para estrugir rapidamente. 

Limpou a mão à velha bata e abriu a lata do tomate. Olhou os restantes ingredientes na bancada, certificando-se de não esquecer nada

Mexeu o tacho rapidamente, cortou o talo do aipo finamente e, com a mestria que os anos lhe proporcionavam, adicionou os restantes ingredientes. 

Lavou as mãos sorrindo. Tudo corria como esperado para receber a afilhada.

Carla Silva, 47 anos, Barbacena, Elvas

Desafio nº 217 – batalhando letras

Helena Rosinha – desafio 119

Não é justo. Nas férias, as outras vão para a praia, para o campo; ela vai para o atelier d’Adèle. Vai tirar alinhavos, apanhar alfinetes, varrer.  Vai receber três escudos por semana; desses, apenas cinquenta centavos serão para si — se não houver queixas da madame. Mas houve. Ao segundo dia foi dispensada. Tudo porque, na hora das arrumações, telefonia ligada, o vaso de crisântemos decidiu enrolar-se com ela, e com a vassoura, num frenético let’s twist again.

Helena Rosinha, 67 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 119 ― crisântemo + alfinete

Tiago Pina – desafio 223

O número 8

Era uma vez o número 8 

que não gostava 

de ser o número 8. 

 

Queria ser 

um número 

grande, 

como o 2568. 

 

O 7 e o 9 diziam-lhe 

que tinha a mania 

das grandezas;

O 8 achava que não.

 

Só se sentia mal no corpo que tinha.

 

Um dia, 

pediu ao Pai Natal 

que o multiplicasse por 321.

 

Este fez-lhe a vontade;

Encaixou-se entre o 2567 e o 2569

e viveu feliz para sempre.

Tiago Pina, 42 anos, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

25/02/21

Leonor S – desafio 61

Tânia, uma tatu, foi ter com Tobias, a tartaruga, ao teatro de Tomar na terça feira. Tomaram uma tisana de tília, à tarde, nas traseiras, enquanto tagarelavam:

– Poderás tu ajudar-me tirando a terra que tenho na toca? – pediu Tobias, já tenso. – Uma tempestade grande tirou-me a tábua que tapava o telhado!

– Claro, tonto! Eu tenho um trator e trago-o ao terreno para transportar a terra! Em troca quero três das tuas belas tartes de tâmaras secas.

Leonor S., 10 anos, Sesimbra

Desafio nº 61 – palavra sim, palavra não começada por T

Maria T – desafio 235

Numa estrada andar, sempre com cuidado e dedicação. Não te desequilibres, olha para a esquerda e direita, olha bem para todo o lado, sem esquecer que a vida tem muitas escolhas difíceis, qual será a certa? Numa estrada conduzir, sempre em frente, não te distraias. Já me perguntaram se eu sabia qual era a direção e eu respondi que não sabia. Mas quando pedem qual é que acho que é a direção certa isso já sei responder.

Maria T., 11 anos (6º ano), Coimbra

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Sofia Sobral Ramos – desafio 235

A vida é feita de escolhas. Quantas vezes há que escolher perante dois caminhos? O caminho certo não é obrigatoriamente uma linha reta. Ansiamos que seja assim, em frente, sem qualquer desvio. E se nos desviarmos do caminho certo? É certo o caminho que escolhemos? Ou é certo o caminho que escolheram para nós? Para saber há que nos desviarmos do caminho, nem que seja por um bocadinho… Esquerda? Direita? Seguir! A vida é feita de escolhas.

Sofia Sobral Ramos, 43 anos, Coimbra

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Diogo V – desafio 23

Um leitão adora comer uma rolha moída no almofariz, misturada com iogurte.

despertador toca e ele vai preparar o seu pequeno almoço.

Mais tarde, ele vai jogar ténis. Assim, pega na bola de ténis e na raquete e vai para o campo. O adversário é outro porco seu amigo. Mas, durante o jogo, apareceu uma vespa e o picou o amigo do porco. Ele corre a sete pés para casa e usa papel para limpar a picada.

Diogo V., 10 anos, Montijo, com a terapeuta da fala, Marta Algarvio

Desafio nº 23 – percurso de palavras obrigatório: leitão + rolha + almofariz + despertador + bola de ténis + vespa + papel

Theo De Bakkere – desafio 235

Desorientados

A estrada em frente estava totalmente descalçada. Desorientados, não sabíamos se devíamos ir para a direita ou para a esquerda. Perguntámos a um passante ocasional, mas infelizmente a explicação ficou tão confusa quanto os indicadores pintados no alcatrão. Tivéramos a suposição que era um velho marinheiro. Seja que for!

Então, se formos para bombordo ficará mais seguro e, se escolhermos o lado estibordo, descobriremos recantos novos.

O lobo-do-mar desejou-nos uma boa partida com o vento a favor!

Theo De Bakkere, 69 anos, Antuérpia, Bélgica

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Mais textos aqui: http://blog.seniorennet.be/lisboa

24/02/21

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 234

Aventura e dor

Esplendorosa é a história que estou lendo. É sublime, magnífica, um esplendor

Conta a vida de dois personagens que se apaixonaram, das aventuras porque passaram que lhes causou tanta felicidade e ao mesmo tempo tanta emoção e dor. 

Numa partilha de conhecimentos que espalharam por comunidades muito vulneráveis sem as mínimas condições de vida, desde falta de alimentos, sem casa, sem esgotos, onde a água escasseia. Eles fizeram das tripas coração, conseguiram ajudas. Estão de alma cheia. 

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa 

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

23/02/21

Natalina Marques – desafio 235

– Rosinha, vamos vr o mar?

– Ai, Manel, há tanto tempo que sonho conhecer o mar.

– Pois agora, realizarás o teu sonho.

Pegaram no carro. E depois de muitos quilómetros, estavam perdidos.

Perguntaram a um transeunte onde ficava o mar.

– Para a direita, é a serra, para a esquerda é o rio, o mar eu também não sei.

– Mas eu não vou desistir, para a frente é o caminho, tanto ei-de andar, que ao mar eu vou chegar.

Natalina Marques, 61 anos, Palmela

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Maria Inês – desafio 179

– Estás a ver a estepe no atlas, Mariana?  

– Sim, Sebastião. Sabias que vivem lá muitos animais? 

– Como o pterossauro que o avô escondeu no sótão? 

– O avô é paleontólogo e deve estar a estudar o fóssil do pterossauro. 

– Oh, não!  

– O que se passa, Sebastião? 

– É melhor não falarmos muito alto para não o acordar. Tenho medo... 

– O pterossauro viveu há muito tempo. Agora está extinto. Não pode acordar. 

– Mas ele parece muito poderoso... Até consegue voar!  

Maria Inês, 27 anos, Coimbra

Desafio nº 179 ― anagramas das setenta e sete palavras

Maria Inês – desafio 163

– Mariana, porque é que não vens comigo explorar o sótão

– Não podemos, Sebastião. O avô disse para não abrirmos a porta

– Mas não temos nada que fazer! Não queres descobrir tesouros

– Quero, mas se desobedecermos vamos ficar outra vez em apuros

– Vamos! Eu entro primeiro... AAAHH! Não quero ver! Que susto

– É impressionante! Sentes-te bem, Sebastião? Estás verde como um sapo!  

– O que são estes ossos medonhos a precisar de restauro

– É o fóssil de um pterossauro!

Maria Inês, 27 anos, Coimbra

Desafio nº 163 ― palavra grande gera mais 6

Verena Niederberger – desafio 235

Na estrada da vida

Não importa a direção que tomamos.

Se dobramos a esquerda ou a direita, é indiferente.

Caminhar sem olhar para trás, acreditando mais em nós, dando valor aos próprios ideais.

Chegará um momento que será preciso seguirmos em frente.

 

Enquanto a insegurança aperta o lado esquerdo do peito, a coragem dá partida do lado direito.

Percebemos que o que se foi não pode mais voltar.

Devemos seguir em frente.

Sem ter medo de recomeçar.

Verena Niederberger, 70 anos, Rio de Janeiro, Brasil

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Rosélia Palminha – desafio 235

Já tudo me confunde

Nem sempre a informação prestada é alternativa para nos conduzir pelo caminho certo. 

Pensei recriar o espírito nos arredores da minha aldeia onde havia uma fonte de água cristalina. Sítio ideal para “tirar a máscara” e respirar ar fresco. Encontrei uma nova estrada, com traço continuo, uma seta p'rá direita e outra p'ra esquerda. ??? Por onde seguir, onde virar? Fiquei confusa, quando dei por mim encontrava-me no ponto de partida. Afinal este pequeno mundo também é redondo!  

Rosélia Palminha, 73 anos, Pinhal Novo

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

22/02/21

Helena Rosinha – desafio 235

“Põe os olhos no teu irmão: curso acabado, a estagiar, não tarda está a ganhar bom dinheiro. E ainda teve tempo para viajar, divertir-se. Enquanto tu…” 

Filho exemplar, perfeito, João sempre soube que caminho seguir.

Não lhe pus os olhos em cima. 

Vejo-o frequentemente, na Avenida. Passa, atira uma moeda, segue apressado. “Obrigada, irmão”, ousei dizer quando depositou a primeira moeda no estojo da guitarra. Por segundos, senti-o vacilar; abrandou o passo. Foram só mesmo uns segundos.

Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Isabel Lopo – desafio 235

Quantas vezes temos de decidir entre dois caminhos. Somos livres de o fazer mas, é essa decisão, que vai condicionar o resto da nossa vida. Pensamos que conseguimos desorientar o destino, contorná-lo, despistá-lo, mas afinal somos surpreendidos por ele em encontros inesperados, quer nos agradem ou não. Nesta peregrinação que é a nossa vida, as nossas escolhas serão sempre um risco. Teremos de o aceitar minimizando culpas e arrependimento. É o preço a pagar pela nossa liberdade!
Isabel Lopo, Alentejo

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Maria João Cortês – desafio 64

Depois do fim... é sempre uma incógnita.

Há os que desejam adubar a terra com as suas cinzas, onde foram felizes, os que preferem ficar presos numa caixa para a eternidade. Há para todos os gostos.

Cada um deve escolher em vida o seu destino ou não querendo pensar nele deixam esse pesado fardo para os que se lhe seguem.

Felizes aqueles que asseguram ir encontrar-se com Deus, onde a sua verdadeira vida recomeçará com todas as benesses.

Maria João Cortês, 78 anos, Lisboa

Desafio nº 64 – texto começando por “Depois do fim…”

Maria João Cortês – desafio 64

Depois do fim do maravilhoso ballet que tínhamos ido ver à Opera de Paris, olhámos um para o outro e não precisámos dizer nada. Soubemos logo como acabaríamos a noite: com um magnífico jantar.

À entrada da Opera, do lado direito tinha-se estreado um restaurante, que diziam excelente e nem hesitámos. Ocupámos a mesa que nos pareceu mais bem situada e cinco minutos depois estava tudo cheio.

Foie-gras e Oursins bem regados, fez de nós gente feliz.

Maria João Cortês, 78 anos, Lisboa

Desafio nº 64 – texto começando por “Depois do fim…”

20/02/21

Fernanda Malhão – desafio RS 22

Era uma vez um rapaz que adorava fazer bolos. Não queria ser cozinheiro como o pai, repetia dezenas de vezes. Tinha certeza que realizaria o seu sonho de ser um pasteleiro famoso. Era dedicado, perspicaz, aprendia com muita rapidez. Fazia bolos de noz que era uma beleza! Teve azar com o pasteleiro chefe, estava sempre de testa franzida e nariz empinado. Ficava às riscas como uma zebra quando estava zangado. Tinha tolerância zero, mas zelava pela qualidade.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 22 – todas as frases com 2 Zs

Fernanda Malhão – desafio 235

Seus olhos estavam tão turvos, quanto os seus pensamentos, sabia que só haveria duas direções possíveis: Ficar, e deixar-se estar naquela mesmice insonsa, mas aparentemente segura. Ou ter coragem de deixar para trás tudo o que já não a fazia minimamente feliz e ir em rumo ao desconhecido. Essa dúvida assolava a sua alma, mas agarrada a esperança que aparecesse um pouco de cor no meio daquele cinzento, foi se deixando ir caminhando nas ruas do comodismo.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Toninho – desafio 234

Loli tinha um armamento, que a fazia respeitada no armazém, sem medo dos ladrões.

Seu pai lutara em Monte Castelo, sendo cuidador do armazenamento bélico. Loli herdou o gosto por armas.

No sábado ocorrência. A polícia encontrou dois ladrões metralhados no quintal. Loli sentada com travesseiro no colo.

Depois da revista frustrada, o delegado percebeu algo no travesseiro, estava oculta uma metralhadora Lurdinha. Arma da Segunda guerra. Fingiu nada ver. Piscou um olho e chamou o rabecão.

Toninho, 64 anos, Salvador-Brasil

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir (com uma batota pequenina)

Postado aqui: Desafio 235

Rosélia Bezerra – desafio 235

Que lindo termos caminhos diferentes para podermos exercitar o discernimento entre trilhas excelentes e a que Deus quer para nós!

Não teríamos nenhuma dificuldade em escolher entre um destino mau e um bom. Saberíamos perfeitamente qual optar.

A maturidade está em escolher entre dois caminhos ótimos e em qual o Senhor nos deseja que fiquemos.

Quem sabe disso, quem tem clareza, não fica em dúvida, faz a opção e é imensamente feliz.

Nada como ter consciência reta.

Rosélia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Chica – desafio 235

Fazia anos Carmella avisava Leocádio que era hora de deixar o volante. Sugeria que usassem aplicativos ou táxi normal.

Ele, teimoso como mula velha, empacava.

Já nem mais as placas discernia.

Ela no banco do carona, freava o tempo todo. 

Recorda-se da última aprontada. Saindo de um shopping, chega perto da cancela e viu as setas. 

Uma indicava à direita, outra esquerda.

Não titubeou...

Foi reto, demoliu cancela, carro, ganhou na cabeça, uma bela sapatada da Carmella...

Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

Publicado qui: ♥ Chica brinca de poesia ?♥: ♥ Sempre em frente!rs... ♥

Ana Paula Oliveira – desafio 233

Vivo sempre no presente, pois claro! Com realismo, pés na terra e cabeça bem firme em cima dos ombros.

O futuro, não o conheço. Por isso mesmo, não vale a pena antecipá-lo, nem tentar imaginar o que será. O que for virá. Quero, no entanto, estar cá para o receber.

O passado, já o não tenho. Foi-se. Não que quisesse vê-lo fugir. Antes pelo contrário! Com ele foram-se grandes momentos e as memórias começam a esfumar-se. Lamentavelmente!

Ana Paula Oliveira, 60 anos, S. João da Madeira

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

Carla Silva – desafio 215

Opções

Tristemente observou as mãos outrora cuidadas, muita coisa se passou desde a notícia que fizera o seu mundo ruir. 

O marido admitira ter um caso e deixara-a completamente à deriva.

Sentia que a vida lhe dera um teste para o qual não estudara. 

Podia ter colocado a máscara do "está tudo bem" e seguir a seu lado, mas sabia que não conseguia viver assim. Por isso optou por manter a máxima distância possível. 

Doía, e muito, mas sobreviveria.

Carla Silva, 47 anos, Barbacena/ Elvas

Desafio nº 215 – 7 palavras obrigatórias

Desafio nº 235

Desta vez, temos uma imagem para dar o mote 


ao vosso texto em 77 palavras. É seguir em frente e escrever! 














O meu texto saiu assim:

Vira à esquerda, sempre em frente. Volta atrás, solta a mente. Abre os olhos, descalça a bota. Avança! Com uma mão à frente e outra atrás, mesmo que metas a pata na poça. Percorre caminhos de fio a pavio com uma perna atrás das costas. Passa de cavalo para burro, mas não desistas. E ainda que fiques de pés e mãos atados, põe-te na alheta, vai aos arames ou vai na onda. Só não morras na praia.

Isabel Peixeiro, 38 anos, Mafra

Desafio nº 235 – imagem dos dois caminhos

18/02/21

Carla Silva – desafio 218

Outros tempos

– Finalmente! Estava a ver que íamos passar a noite às escuras. 

A tímida chama iluminou a sala até fundir-se na chama da vela. 

A chama bailava recordando-lhe outros tempos. 

Tempos em que não havia eletricidade e a comida era cozinhada no lume do chão. 

As casas eram iluminadas por um pequeno candeeiro a petróleo. 

Nesse tempo os fósforos tinham lugar de destaque na casa dentro de uma bolsa bordada junto à chaminé. Outros tempos. Talvez mais felizes.

Carla Silva, 47 anos, Barbacena

Desafio nº 218 – imagem de fósforos

Fernanda Malhão – desafio RS 21

Basta! – gritou com ela bem alto! Fui sempre benevolente, mas cansei minha beleza! Tenho sido muito burra! Uma relação é bilateral! E tu simplesmente borrifaste para isso! Foste banido da minha vida! Bajulanços já não resultam! Bestial esta nova vida! Bendita a hora! Um bocado tardia esta mudança brusca. Mas estava num beco sem saída. Eram brigas diárias e contantes birras. Foi precisa muita bravura! Mas livrei-me desta barbaridade! Que tenha muito boa sorte!  Vida nova!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 21 – de 3 em 3 plvrs 1 começada em B

17/02/21

Elsa Alves – desafio 198

Voltou do jardim, a correr, risonha, os joelhos esfolados, o vestido sujo de terra.

– O que estiveste tu a fazer, Rosinha?

Ficou parada, as mãos atrás das costas. Vacilou:

– A brincar com uma formiga. Estava num raminho daquela flor que tem o meu nome.

– Uma rosa? Então mora lá, meu amor?

– Não, pateta... mora num formigueiro. Estava lá a dormir um soninho ao sol. É minha amiga, sabes? Mas não contes aos manos. Iam-me achar muito tonta...

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 198 ― anagramas de rosmaninho

Elsa Alves – desafio 199

A tia Graça visitava-nos, todos os domingos. Sentada no sofá, contava histórias que não tinham qualquer piada. Ríamos para não a aborrecer. Um dia resolvemos pregar-lhe uma partida, para rirmos a valer. Apanhámos uma rãzinha no lago do jardim e escondemo-la entre as almofadas do sofá. A tia foi contando as habituais histórias e nós antecipando o susto. Mas, nada. A pobre rã: estava totalmente esmigalhada. Lembrámo-nos lá que a tia Graça pesava mais de cem quilos...

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 199 ― rã no sofá

Helena Rosinha – desafio 234

“Levas-me à l'hôtel depuis, agora vamos mas é aux fados. Faz parte da viagem de travail”. 

Eu estava estafado, passara a noite a preparar reuniões, o dia inteiro a analisar projetos, a discutir orçamentos, contratos;  queria estender-me no sofá, um gin, Coltrane em fundo… Mas fui, seria descortês abandonar o cliente. 

N’A Taberna, ouvem-se acordes de guitarra. A fadista chegou. Nesse instante, um valente ronco fez virar todas as cabeças na nossa direção. François dormia profundamente.

Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

16/02/21

Maria Tiago – desafio 234

A televisão é uma maneira de nos entretermos, onde nós nos desligamos do mundo, onde vemos documentários e notícias. Já vi de tudo, desde as coisas mais estranhas, às mais simples, estilos que são esquisitos e outros perfeitos. Já me disseram que cada pessoa tem uma maneira distinta de ver as coisas, pois cada visão de cada programa é diferente. Eu gostaria de conseguir ler a mente, saber o que as pessoas acham sobre a televisão!

Maria Tiago, 11 anos (6º ano), Coimbra

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

Sofia Sobral Ramos – desafio 234

Estavas nervosa, não tinhas a partitura bem estudada, mas ia começar. Mãos nas teclas, acariciando suavemente a música. O pai chegou, pensavas que ia partir, mas veio! Pressentiste, mas não o viste. Concentrada, não tiravas os olhos do piano, mas a tua alma ria! A atuação ganhou mais alegria, agigantou-se! Foste brilhante! Mal terminou só querias sair. Só o querias abraçar. Só lhe querias sussurrar: não quero nunca deixar-te ir… O teu pai ninguém te tira, retribuiu.

Sofia Sobral Ramos, 43 anos, Coimbra

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

Rosário P. Ribeiro – desafio 233

Vivo sem um presente marcado

Onde o futuro se esconde e

Nem no amanhã me vejo

Com passado rico.

Sou mendigo perdido e sem fé

Vagabundo de sonhos esquivos

De memórias sem nome.

Penso ser feito de nada,

Resto dos restos de alguém

Sem mimos ou sons

De colo duma mãe. Mas

Pode ser que um dia me achem

Que me prendam, que me encaixem.

Até lá em mim me guardo,

E neste aqui me fico.

Rosário P. Ribeiro, 64 anos, Lisboa

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa

Natalina Marques – desafio 234

– Nunca mais chegam os DESCONFINAMENTOS.

– O que é que disseste?

– Nada, não disse nada.

– DESCONFIAS que esta pandemia está para durar...

– Sim, e a culpa é de pessoas com fracas mentes, irresponsáveis que não respeitam os outros nem as leis.

– Por outro lado, tento compreendê-las, FICANDO a pensar que não é fácil mudar os hábitos de um momento para o outro.

– Eu sei, por isso vamos vivendo com a FINA esperança que tudo isto vai passar, brevemente.

Natalina Marques, 61 anos, Palmela

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

14/02/21

Fernanda Malhão – desafio RS 20

Tinha tudo para ser um dia horroroso, mas acabou por ser um dia maravilhoso. Começou frio e chuvoso! Passei o dia nervosa, tive um trabalho moroso e penoso para terminar. Já exausta ainda fui às compras. Cheguei a casa carregada com sacas e guarda-chuva, mas o generoso e charmoso vizinho, ajudou-me e ainda me fez um belo elogio. Fiquei vaidosa, mesmo a senti-me poderosa!  Preparei um chocolate quente delicioso, refastelei-me preguiçosa no sofá, saboreando aquele prazeroso momento.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 20 – 14 palavras acabadas em -oso, -osa

Fernanda Malhão – desafio RS 19

Nada mais fácil do que criticar, aparecem logo “especialistas” no assunto, mas que nunca fizeram nada naquela temática, pessoas que atuariam na perfeição naquela situação, esquecem-se que se lá estivessem seriam certamente criticados por muitos. Só quando passamos pelas mesmas situações, é que percebemos as dificuldades. Ver de fora é fácil, mas é totalmente alineado da realidade. Diria mais, fazer melhor do que as pessoas que estão a criticar, não é para qualquer um, nada mais difícil.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 19 – começando em Nada mais fácil e terminando em Nada mais difícil

Rosário P. Ribeiro – desafio 232

Respeitar é aceitar. Credos, percursos, atos. É não exercer intolerância nivelando diferenças, é não alertar para os limites de outrem. Cada um, a seu tempo, saberá onde ir ou como chegar. E se o caminho de alguém não for célere ou imediato, como outro desejaria, não é consequentemente lerdo. Só diferente. As escolhas de um homem não são lérias. Têm de se tolerar como máximas. Ou a cólera dominará tudo. E a humanidade irá tresler e colapsar. 

Rosário P. Ribeiro, 64 anos, Lisboa

Desafio nº 232 – 8 vezes LER

Fernanda Malhão – desafio RS 18

No jantar de antigos alunos, entre conversas saudosas, a Ritinha falou das roupas ridículas eu usava (segundo ela): Lembro-me demasiado bem disso! Depois o incidente na aula de ginástica e lá diz às gargalhadas: Lembro-me demasiado bem disso! Mas quando referiu a paixoneta que eu tinha pelo António, desta vez fui eu a dizer: Lembro-me demasiado bem disso! Nunca o tinha esquecido e no meio daquelas pessoas todas surge o António, com o mesmo sorriso do Liceu!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio RS nº 18 – frases repetidas no texto

Theo De Bakkere – desafio 234

Reclamadora

Neste momento estamos na Amadora visitando o reservatório da mãe d’água. Nosso guia ama visivelmente a sua profissão, pois adora contar histórias. Ora, não evidente, reclama cuidados para viajar através Portugal com um autocarro cheio. Por vezes, há uma reclamadora assertiva entre os turistas com um clã de seguidores para reclamar constantemente, o que lhe dá dor de cabeça. Num caso destes clama justiça. Mais ninguém, pessoas cultivadas nunca atirarão lama, mas gozam dos encantos no país lusitano.

Reclamadora – Amadora – adora – dor

Reclamar – clama – lama – ama

Theo De Bakkere, 69 anos, Antuérpia – Bélgica

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

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12/02/21

Rosélia Palminha – desafio 234

UM PEQUENO ENGANO

O pai de Lúcia, era muito conservador. Não queria que saísse, nem que namorasse. Desculpava-se: era nova, havia tempo. 

O sonho de Lúcia era um projeto paisagístico. Deleitava-se com montanhas, prados, jardins!

Levando papel, lápis, dava passeios inspirando-se em qualquer coisa que a rodeasse. A mãe acompanhava-a ou seguia mais tarde ao seu encontro. 

Certa ocasião, ouviu-a conversar. Algum encontro premeditado? Não, ninguém.

 um gato. Era normal, mas o gato era afinal daqueles rapazinhos todos giraços!    

Rosélia Palminha, 72 anos, Pinhal Novo

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

11/02/21

Inês A – desafio 3

Num bairro a barafunda era notável. Numa das casas 2 gatos perseguiam 1 pássaro apavorado. Noutra a desarrumação era total: 5 pratos partidos, 9 copos em estilhaços e 7 cães no sofá. E na casa vizinha: 3 candeeiros em pedaços, 8 jarras todas em pó e 4 lindos vestidos em farrapos. E logo ao lado mais 6 garrafas de vinho partidas e 10 latas de conserva no chão. Que bairro era aquele? Era o bairro da confusão!

Inês A. 10 anos, Sesimbra

Desafio nº 3 – números de 1 a 10

Isabel Venda – desafio 234

deixai-me romantizar pois dia catorze está à porta

amor não te apanha pela aorta

fura-te a barriga e faz-te o coração amora, enrugado enrugadinho, sair pela boca

forte, ora frágil (não se entende!)

quem não sente não é filho de boa gente

faz de ti saudade faz de ti valente

quem não sente não é filho de boa gente

faz o coração saltar-te pela boca

tira-te o tino, o amor importa, namorar conforta: ao amor exorta

Isabel Venda, 28 anos, Santarém 

Desafio nº 234 – 4 palavras a diminuir

Maria do Céu Ferreira – desafio 233

Vivo sempre no presente,

Agarro aquele momento,

Num comboio permanente,

Fustigado pelo vento!...

 

Um comboio apitando,

E soluçando com dor,

Gritos alegres soando,

Transpirando ódio e Amor!

 

O passado, já o não tenho,

Às vezes, até persegue,

Dele retiro e mantenho

O agradável e leve!...

 

O futuro, não o conheço,

Viajo neste momento,

Conheço e desconheço

Alegria e sofrimento!...

 

E o comboio a apitar

Vai marcando fim de linha,

Agarro-me, quero ficar...

Presa nos sonhos que tinha!...

Maria do Céu Ferreira, 65 anos, Amarante

Desafio nº 233 – citação de Fernando Pessoa