Era-lhe difícil conciliar os sonos inesperados com o trabalho entediante. Viera para aquele emprego porque o pai dissera, a quem fizera favores: «O nosso filho será excelente para o jornal.» Revia anúncios por um ordenado miserável, textos que iam do mais sonso esquema ao mais ousado pedido de senhora casadoira com dotes de culinária e submissão. Veria, alguma vez, um anúncio de emprego que valesse a pena? Endireitou-se, perdendo a letargia: revisor no metro? Anotou o telefone.
Margarida Fonseca Santos
290 – sonso e veria anagramas
Muito legal tua inspiração! Trago a minha:
ResponderEliminarhttps://chicabrincadepoesia.blogspot.com/2023/11/o-esperanca.html
beijos, chica
Olhei para os sonos e logo percebi que se tratava de um palíndromo. De repente senti-me preso em mim mesmo, às voltas, do princípio para o fim e vice-versa. Revia constantemente tudo à minha volta como se fosse a primeira vez.
ResponderEliminarO nosso mundo completava-se agora de forma uníssona. Viera sobre mim um forte sentido de estar.
Não me considerava sonso. Pretendia realmente dar tudo de mim mesmo, sem segundas intenções. Por fim, veria que tudo coincidira.
Feliz Natal a toda a equipa.
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