Não posso correr o risco de desconcentrar-me do que é essencial. Cumprirei o
desafio, pensou. Aquele era o grupo de letras que iria usar. O descuramento ao compromisso parecia ganhar força.
Tinha que desmontar aquele quebra-cabeça. Ali estavam as
letras desorganizadamente colocadas.
Necessitava domesticar a vontade de desistir. Era preciso
encontrar palavras com sentido, onde as letras existissem. Tinha os olhos dormentes de tanto procurar. Os neurónios martirizados ameaçavam bloquear qualquer atividade
mental. Sem dar conta, adormeceu.
Amélia
Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
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