Em certo prédio da Porcalhota, raro era o dia em
que não rebentava discussão de criar bicho!
Prendadas donas de casa cuidavam das casas, dos
filhos… e das vidas alheias.
Engalfinhavam-se miúdos, esgatanhavam-se mães,
atiçavam-se gatos e cães!
No tradicional concurso da varanda mais florida da
primavera, os ânimos subiam mais que o termómetro, e vaso que era vaso, acabava
num qualquer incauto cocuruto.
Cabeças rachadas, matracas fechadas, terminavam
todos a marchar direitinhos à esquadra do bairro!
Paula Castanheira, 54 anos, São Pedro do
Estoril
Escritiva nº 35 – varanda florida
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