10/10/23

Desafio nº 287


Eu experimentei assim:

Já começou. Tu não paras de filosofar e sinto-os capazes de tudo, de te meter atrás das grades, porque, se querias mesmo dominar, na palma da mão, as teorias contemporâneas, precisavas de saber estudar, compreender intensamente a importância das perguntas. Olhas o xisto, crivado de gatafunhos e invenções. Suspiras. Apertas o nó da gravata e abandonas a sala, com isso implicando o fim do debate. Sim, foi organizado pelo Etelvino, o trouxa-mor, mas não costumas virar costas.

Margarida Fonseca Santos, 62 anos, Lisboa

287 – 8 palavras num esquema

4 comentários:

  1. Envio minha contribuição:
    Na verdade, nunca gostei muito de filosofia. Ficava com uma sensação de me levar para trás das grades. Sempre preferi executar tarefas com as palmas das mãos. Atualmente, necessito de jogar com as palavras muito intensamente. Já me esqueci dos quadros de xisto. Agora, os pensadores são mais finos e usam todos lindas gravatas, mas não esquecendo, todavia, que isso implica outras responsabilidades, tal como, não querer fazer dos outros uns trouxas mas contribuir para mais conhecimento.
    Cumps e bom trabalho!

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  2. Isabel Soares13/10/23, 10:02

    A Filosofia surge por acaso. Uma disciplina (?!) nova. Grade surpreendente: espaço para pensar os sentimentos. Palma a inventar um futuro que se desenhou ali. Nas aulas. Intensamente entranhou-se em si. Muito tempo. Tal xisto tornada parede face ao mundo. Não mais estranho. Mesmo que gravata posta escondesse a sua desadaptação social. Implicando a sua angústia existencial aparece como reduto salvífico na consciência. Trouxa muleta traçou-lhe o destino. Acompanhou-a. Até ao momento em que o divórcio se impôs.

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