Insegura, a velhota entrou na livraria.
Corpos de palavras…mistérios…
Tacteou as lombadas expostas como se, com o contacto, pudesse decidir a escolha.
- Quero... um livro. Para a minha neta…anda na primeira classe…
A empregada mostrou-lhe um livro azul. Na capa tinha uma ave que levava no dorso uma criança sorridente.
Naquela noite a história foi balbuciada pelos lábios infantis.
A criança fez-se mulher, mas jamais esquecerá aquela história que maravilhou os olhos verdes da sua avó.
Eugénia Edviges Parracho
Quando era pequena a minha mãe dizia: - Querida,
escuta o mar...
E eu tentava escutá-lo dentro da conchinha que a
avó me dera. Mas era tão difícil, só conseguia escutar a voz da
avó que parecia estar falando. Contava-me histórias, cozinhava para mim, e eu,
não percebia o que o mar tinha a ver.
Olho para a minha mãe e vejo-a a chorar, e disse-me:
-Todos os dias a tua avó ia buscar o peixe, até
partir...
Insegura, a velhota entrou na livraria.
Olá, o meu nome
é Geisa Lopes e tenho 12 anos, moro em Beja. Aqui tenho uma mini-história, espero que
seja agradável de ler!
Porque os crescidos também tropeçam, um dia tropecei na
saudade, e dei um valente tombo, a
caixinha onde guardava as recordações caiu, espalhando pela calçada nomes,
retratos, emoções, músicas, cheiros, sabores, risos, palavras,
abracinhos e afetos.
Levantei-me, sequei as lágrimas com a manga da
camisola e resolvi começar a arrumar todas as recordações uma a uma muito bem
arrumadinhas com cuidado para não deixar ficar nenhuma para trás. Tudo voltou
para dentro da caixinha até um dia…
Ana Paula Marques, Odivelas
Damos as boas
vindas ao Inverno….Dizemos um até já ao Verão…Dizemos um olá à chuva!
Suspiramos por
um raio de sol. A flor é escondida por suaves flocos de neve que a acariciam
suavemente. A árvore despe-se numa doce timidez.
Chegam os serões
aquecidos por um chocolate quente. Aguardamos por um gelado numa esplanada!
O Natal espreita
num sopro de vento. A praia retira-se para um descanso.
Tudo numa
harmonia inexplicavelmente saudável que nos aconchega a alma!
Ana Cristina dos
Santos Gomes, 29 anos, Amadora
O dia por vezes pode ser assustador. Correm à minha
volta sem olharem
uns para os outros, sem se preocuparem uns com os outros. A pressão
dos testes, o tentar responder a todas expectativas, principalmente às
minhas. No fim do dia, no colo da minha mãe encontro a paz que tanto
procuro, que tanto anseio. Ouço o seu coração, sinto a sua pele quente
o cheiro tão próprio dela. Finalmente paz num dia que parecia não
terminar.
Sónia Areia, 37 anos Estoril
uns para os outros, sem se preocuparem uns com os outros. A pressão
dos testes, o tentar responder a todas expectativas, principalmente às
minhas. No fim do dia, no colo da minha mãe encontro a paz que tanto
procuro, que tanto anseio. Ouço o seu coração, sinto a sua pele quente
o cheiro tão próprio dela. Finalmente paz num dia que parecia não
terminar.
Sónia Areia, 37 anos Estoril
Sou mãe. Trabalho numa associação que apoia sobreviventes
de Traumatizados Crânio-Encefálicos e seus pais. Pais que a cada dia têm à
prova o seu amor incondicional pelo filho que em coma lutou pela vida, foi dado
como perdido e viveu, previsto inválido e hoje fala, anda e pensa. Se não fosse
tão amado e um pouco chorado, não alcançava este milagre. Maravilham-me estas
mães. Que desde o dia do trauma, serão para sempre, mães de um sobrevivente.
Vera
Bonvalot, 41 anos, Estoril
estou contente por o meu texto ter sido publicado, tanto na revista Pais e Filhos como no blogue, mas....não tenho o apelido Pacheco!
ResponderEliminarÉ só um desabafo, não faz mal. Um abração.
Já está corrigido, Eugénia, foi um daqueles erros tolos... Um abraço
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