Mãe e filha
Mãe e filha sentaram-se nos seus lugares. A filha à frente e
a mãe atrás. Entraram no túnel e a luz de agosto apagou-se na escuridão. Não
sabiam para onde iam, mas a viagem começou, alucinante.
Desciam, viravam, desciam outra vez, viravam de novo.
Riam-se e soltavam gritos de alegria. Ouviam também outros risos e gritos de
brincadeira.
Quando enfim terminou a viagem, a cara aberta num sorriso,
pensaram “Temos de voltar a este parque de atrações”.
+
M
“Gostava que escrevessem uma carta para uma colega que não
conhecem, mas que está triste”. Desafiei os meus alunos e esperei que o seu bom
coração fizesse o resto. “Podem chamá-la M”.
No dia seguinte entreguei 25 cartas à M. “Posso responder?””
Claro!”
E entreguei 25 respostas aos meus alunos que não acreditavam
que a M. tivesse escrito a todos. E continuei a levar respostas às respostas.
Afinal até apanhavam o mesmo autocarro que a amiga Marisa!
Clara Cardoso, 46
anos, Lisboa e filha!
Ao redor desta árvore se contaram histórias que preencheram
as tardes quentes de verão.
Nos seus ramos erguemos a casa que recebeu as nossas
brincadeiras, nos viu crescer, por vezes chorar e muitas vezes rir.
À sua sombra demos o primeiro beijo e sonhámos um futuro de
aventura.
Hoje, despedimo-nos daquela que acompanhou a nossa
infância, nos suportou na adolescência e acolheu os nossos lamentos de adulto.
Amanhã será derrubada e o seu lugar atropelado pelo
asfalto.
Quita Miguel,
52 anos, Cascais
Acordei com um sorriso motivado pelo
mundo. Percebi o desejo de percorrer o globo, entender as línguas, conhecer os
sinais das culturas e sentir todos cheiros.
Tomei o pequeno-almoço numa cidade
perdida dos incas e vi que o Machu Picchu não era ficção. Caminhei até às
margens do Niágara e senti a energia das cataratas. Terminei numa das ilhas dos
galápagos, no Pacífico, onde bebi o último rum de Patrick Watkins.
Cansada, adormeci e recuperei outro
sorriso!
Ana
Margarida Farromba
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