Deteve-a a foto sorridente na montra e
as unhas confiantes exibidas. Verniz tom de amora.
Comprou o produto miraculoso convicta
dos seus poderes especiais.
Podia jurar sentir, de antemão, os
efeitos pretendidos. Era um ligeiro endireitar de ombros, um sorriso desdenhoso
nos lábios.
Sentou-se, majestosamente, dando início
a um novo ritual. Pintou, uma a uma, as unhas esguias. Deixou-as secar,
pousadas, na saia colorida.
Fez a mala, fechou a porta, silenciosa.
Na rua, havia aroma a
liberdade.
Lena Pacheco, Funchal, 31 anos
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