NUNCA MAIS LÁ CHEGO
19h30 e eu em Alvalade!
Logo hoje, que ía fazer uma maratona de filmes doOMAR Sharif! O motorista do Metro,
enfadado, grita nos altifalantes – “Não forcem as portas!” Como uma sardinha
enlatada deixo-me levar pelas conversas. Àquela senhora morreu-lhe um ente
inimigo e os miúdos atrás, faltaram às aulas, novamente. Quero chegar depressa
a ROMA para poder disfrutar de um
momento só meu, pois corra bem ou mal o dia, essa palavra refletida será sempre AMOR.
AMOR DAQUELES QUE JÁ NÃO HÁ
Não seja tola menina, vá!
CORRA, que ainda o apanha.
Porque me estranha?
Se o ama verdadeiramente…
Não esteja a CORAR!
Também eu tive a sua idade, também já
soube o que é AMAR.
Essa tal RAMA que nos traz o sonho…
que no meu caso foi medonho e por ISSO deixei de amar.
Mas esqueça! Não a quero assustar!
Tenha SISO, vá!
Desses amores já não veem por cá!
Vá… e nunca mais olhe para trás.
UM TAL DE ÊXODO
CENTENAS de vezes brinquei aqui!
Corria ao lado do rio e a sorte
cuidava de mim.
A idade alongou-me as pernas e
levou-me a descobrir a NASCENTE.
Era lá que saltava à corda com o tempo e mais tarde, levava os ralhetes do avô,
por chegar tarde para jantar.
Quando as borbulhas e o buço deram
lugar à barba abriu-se uma PORTA para
uma cidade cinzenta. Tive de OPTAR neste PARTO. Apartar-me deste sítio não foi
fácil.
Nelson
Mendes, 32, Santa Marta do Pinhal
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