03/11/12

Coitado...


És um leitão felizardo, diziam-lhe. És gordo, bem tratado! Mas ele sabia que esses dias haviam acabado. Como uma pequena rolha, assim se sentia, pois duma imensa fraqueza padecia. Seu fiel almofariz, sempre recheado, estava vazio, despedaçado. O despertador há horas tocou, mas ele ainda não almoçou! A bola de ténis fora solução, roeu-a à exaustão. Até uma vespa que passou, com pena do pobre coitado ficou. Como o seu papel mudou. Era verdade, a crise chegou.

Margarida Ramos, Portugal

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