Corro nas asas do
tempo. A vida impõe-se como um tricô fértil de momentos,
de malhas caprichosas e fugidias. Sinto esvoaçar o que me prende
aos trilhos que experimento, mas sei hoje, somos pássaros que
se entregam a voos rasantes, e agulhas, são as horas
que me separam do meu destino. Tinham-me dito que recomeçado o
caminho não poderia voltar atrás, e que chegada a hora me seriam cortadas as
amarras. Sim, mas serei para sempre saudosa.
Sandra Évora, 40 anos, Loures
“As agulhas do tricô tinham
recomeçado a esvoaçar como pássaros de asas cortadas.”
Maria Judite de Carvalho em «O Jornal», 2-10-81
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