Batia leve, levemente, como se chamasse por mim.
Seria um amigo feliz? Ou o inverno tardio que inundava o jardim?
Seria a mágoa da guerra a pedir-me a morte eterna? Ou o menino que me dava sorrisos em troca de chocolates?
Fui ver.
Afinal era só um ovo de Páscoa, trazido pelo vento até ao meu capacho.
Peguei nele com cuidado e embrulhei-o, não fosse transformar-se subitamente num coração.
Os corações, como se sabe, devem ser aconchegados.
Rita Bertrand, 41 anos, Lisboa
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