A sombra tem uma cor simples que levanta a crosta nas telhas e o musgo das
pedras. Como o tom do pássaro que vejo, com imensa graça. Ora desgarra o pó das
asas contra as costas do vento, como se fosse sempre Abril, ora demora nos
ramos mais frágeis, crendo que o amor não tem tecto e as nuvens são recomeços.
Sem perceber o que entoa, pergunto: grito, suspiro?
– Se queres perceber alegria, não a vês.
Helena
Afonso Dias
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