Nos dias de sol, sentava-se no banco do jardim com o pequeno transístor
no colo. Com as mãos trémulas, sintonizava as ondas de FM orientando a antena do
rádio na melhor direcção.
Depois firmava o aparelho para que a frequência não se perdesse no ar,
levando-lhe as radiofónicas vozes risonhas que tal como o sol lhe confortavam a
solidão.
– Bom dia, Sr. Zé – saudavam os vizinhos que por ele passavam
apressados.
– Bom dia – respondia ele sem pressa.
Paulo Roma, 50 anos, Lisboa
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