Telefonei-te, naquele
fim de tarde escuro. Vieste. Marcaste encontro numa rua sem saída, sem luz.
Estranhei, mas só conseguia pensar na encomenda assustadora recebida. Queria a
tua ajuda, de amigo, para resolver o problema. Ouviste serenamente. Aceitaste, sem
julgar. Eu, vulnerável, com medo, senti as tuas palavras e os teus gestos:
pagava, ingenuamente, fragilmente a solução. Abriste o caixote: "Afinal era só um ovo de Páscoa".
Arrependi-me! Tarde
demais. Agarrei no ovo e atirei-o ao teu rosto.
Isabel Pinto, 43 anos, Setúbal
Sem comentários:
Enviar um comentário