Não conseguia dormir. Sufocava com o calor do mês de julho
abafado no seu corpo. Sentia-se desfalecer, desaparecer imóvel por entre a
roupa da cama. Corpo inerte, cansado, que se afundava nos colchões. O corpo
rolara, a cara colada à almofada, mesmo que quisesse não conseguia emitir
qualquer som. Nenhum socorro viria. Sentia-se como água a deslizar, a
desfazer-se. Levitava sobre a cama onde jazia e ninguém surgia. Água de julho,
no rio não faz barulho.
Elvira Cristina
Silva, 49 anos, Queluz
Desafio
Rádio Sim nº 3 – um dos provérbios dados no fim
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