11/07/13

O estio ia bravo

O romper da alva era ainda uma promessa nos caminhos
poeirentos, onde a luz fosca de altos candeeiros pirilampeava
um verde baço, e já aquele bando de trabalhadores braçais, tropeava direito para a debulha.  Para a rega.  Para roçar mato.
O estio ia bravo.  A água escasseava.  O rio estava seco.
Urgia escavar córregos que acautelassem regadio, apresando
o caudal vertiginoso da nascente.  E assim se fez.
É que água de Julho, no rio não faz barulho.

Elisabeth Oliveira Janeiro, 68 anos, Lisboa


Desafio Rádio Sim nº 3 – um dos provérbios dados no fim

Sem comentários:

Enviar um comentário