O poeta perseguia há
semanas a resolução de um soneto, parado na penúltima rima.
Com as mãos suadas de
muito recortar palavras no papel, resolveu sair à rua para pensar no remate
sublime que aquele monumento pedia e o sentimento lhe recusava.
No parque, respirou
pureza, sentiu o sol no rosto, mergulhou os pés na relva.
E então um pássaro
poisou na sua sombra e soprou-lhe a sabedoria que procurava: o mundo repara a
paixão que morre.
Rita Bertrand, 41 anos, Lisboa
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