Todos os dias se levantava e iniciava o ritual: tomava o pequeno-almoço a
ler o jornal, fazia a barba de forma meticulosa, tomava um banho com prazer
batismal, vestia uma camisa imaculada e, já com os sapatos calçados, pretos,
sempre pretos e impecavelmente limpos, apertava a gravata ao espelho com um
olhar ausente e distante. Vestia o casaco e alisava as poucas engelhas que
encontrava. De seguida, deitava-se na cama de regresso ao seu lugar de morto.
João Cunha Silva, 35 anos, Crestuma,
Vila Nova de Gaia
(história sem desafio)
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