Os algarismos – oito, zero –, repetidos nos dois lados da
tabela, enervavam. Ela remexia-se no banco, amaldiçoando a lesão. Subitamente o
treinador confrontou-a:
– Consegues jogar? Aquece!
Anuiu, aqueceu – rapidamente –, entrou. Recebeu a bola,
driblou-a desalmadamente, sem oposição. Lançou. Soou um oh prolongado, desiludido. Agarrou de novo a bola: encestou.
Virou-se. Colegas e treinador: estátuas! Ouviu o silêncio. Porque não se
manifestavam? Ninguém conseguira marcá-la, acompanhá-la: estava em forma! Olhou
o marcador. Percebeu. Visitante: oito, dois! Apito final.
Maria José Castro,
53 anos, Azeitão
Desafio nº 53 – uma imagem, bola de
basquetebol (literal ou metafórica)
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