Chegou enfeitada de instrumentos
e crianças. Soltou os primeiros acordes. Um silêncio caiu como uma neblina repentina. Era sempre assim, sabia.
As vozes dos meninos juntaram-se à música.
Um pé começou a mover-se, ritmicamente, uma cabeça ganhou vida e gingou, os
lábios enrugados duma face engelhada sorriram. As palmas fizeram coro, e o medo
– da solidão, do abandono, da morte – esfumou-se. As dores deixaram de doer: dançaram,
cantaram. Não era ruído: era dia de
música no lar.
Maria José Castro, 53 anos, Azeitão
Desafio nº 52 – uma história com
música, ruído e silêncio
Li e está linda... Mereceste as rosas... Bjs. Cristina
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