Talvez
só ela soubesse do sucedido.
Era
fulcral que só ela soubesse.
Se
a descobrissem, estaria tramada.
E
se alguém a tivesse visto?
“Sei
o que fizeste”, diriam.
“O
que fizeste no Inverno passado”.
Mas
quem poderia julgá-la?
Aquela
cigarra nunca se calava!
No
Verão só cantava, nada de trabalhar.
No
Inverno só mendigava, nada de cantar.
Era
sempre assim!
Já
farta, convidou-a para jantar.
Serviu-lhe
pão com cogumelos.
Deixou-a
estrebuchar.
Enterrou-a
no quintal.
Firmino Bernardo, 37 anos, Lisboa,
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