Chove como quem chora. Chora o que foi, chora o que
vem?
Chuva que molha o sem abrigo que mora aqui ao pé de
mim. Com dignidade e dois cães pequenos, em alerta. Ele não os deixa e
eles ficam. A única pertença de quem não tem mais.
Deito-me, penso neles. Acordo, vou à janela.
Não os vejo, mas queria que não chovesse e não fizesse
frio no inverno da vida.
Amor de cão?
Meu ou deles?
Maria
João Trindade, 58 anos, Setúbal
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