Criatura incómoda
No meio dos caos, tropeçou, desenfreado, na soca perdida de um amor passado. Insurgiu-se, frenética, a sua consciência, banindo-o de lembranças ocas, fechando o saco amaldiçoado.
Ficou encrespado na sua
carapaça. O caso era sério, virou-se para si próprio, muito irritado:
– Tu, criatura incómoda
e petulante, que coas, afoita, os meus desgostos, sentimentos…
com crivo apertado, antes fosse costureira solícita que cosa a minha roupa sem censura ou asco.
– Por favor, deixa-me
ser infeliz, com meias remendadas!
Paula Maria Inverno, 45 anos, Torres Novas
Desafio Rádio Sim nº 7 – anagramas com S C O A
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