– Reguadas por não saberes a
tabuada – disse: voz esganiçada, sorriso prazenteiro.
A miúda olhou-a: apavorada. Inundou-se
de medo. Procurou-lhe os olhinhos minúsculos, de cor indefinida, no fundo
daquelas lentes espessas que os deformavam. Aventurou-se a olhar-lhe o
carrapito – tão ralo quanto a sua escassez de bondade. Parecia-lhe o esqueleto
perfilado na sala.
Os olhos transbordaram de lágrimas
mas pensou: “Dói-me. Vai passar. Tu, tão ruim, hás-de ser Pastorisa toda a
vida.”
Maria José Castro, 54 anos, Azeitão
Desafio nº 65 –
chamavam-lhe Pastorisa
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