01/07/14

A minha cidade

Eu gosto dos ecrãs a 3D dos autocarros. As 
pessoas ganham mistério, nos seus caminhos, nas suas vidas. 
Às vezes, o autocarro apressa-se e vêem-se as pessoas ainda mais apressadas em direcção ao passado. Na paragem, tento adivinhar para onde vai, o que faz todo aquele povo, gente sem nome, sem destino.
Gosto de me sentar no autocarro, janela aberta para a minha cidade, lufada de gente a correr para um regresso de que nunca conseguirá fugir. 

Jaime A., 50 anos, Lisboa

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