O estafermo
do destino marcou-a à nascença. Tinha querido estudar,
ser doutora, e descobrir mundos para além do cimento reles
daquelas paredes decrépitas da barraca junto ao mar. Os pais roubaram-lhe as
esperanças; o regime consolidou-lhe a desilusão.
Ainda gaiata, fez trabalho árduo, minguou as despesas da casa.
Mas mulher madura, e de férrea
vontade, Ludmila inscreveu-se num curso de manicura e à luz baça da lamparina leu os livros. Hoje dita leis no mundo das
unhas.
Maria José Castro, 54 anos, Azeitão
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