Para hoje, trago-vos um final
imposto… É isso mesmo, um final.
O texto terá de acabar assim:
––– no nada em que transformara.
Saiu-me
este texto:
Abriu
o armário. Que estranho! Não pensou que uma assombração pudesse desaparecer sem
recorrer a bruxas, diabos ou exorcistas. Espreitou melhor. Ainda via a marca do
fogo na madeira, de quando a assombração a assustara pela primeira vez. Tudo começara
por causa daquela frase, «as crianças têm medo de armários», dizia a vizinha,
de braços cruzados sobre o peito. Estúpida! Não há mais assombrações! Fechou o
armário com força, sem reparar no nada
em que se transformara…
Margarida Fonseca Santos, 53 anos, Lisboa