24/09/14

Memórias

Como recordava tempos de outrora, em que se sentia vibrar
Com a vida, com um sorriso, com uma melodia com uma paisagem,
Com o cantar dos passarinhos, hoje deambula cansada arrastando-se
Pesadamente com dificuldade por sítios sombrios e solitários.
A idade afastou-a de tudo e de todos, vivendo em completa solidão
Hoje só um pensamento a invade.
Mocidade, onde estás tu?
Que me abandonaste assim
O tempo não perdoou
E olha no nada em que se transformou.

Maria Silvéria dos Mártires, 68 anos, Lisboa

Desafio nº 74 – nada em que se transformara

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