27/09/14

No nada em que se transformara…

Casara com um homem mais velho e cedo se apercebera que não ganhara um companheiro para a vida, mas um dono, um patrão exigente a cuja palavra ou simples gesto obedecia. Por hábito, amor ou medo? Cinquenta anos tinham passado. Agora, que ele morrera, ainda estaria a tempo de viver, à sua vontade, o seu próprio tempo? Olhando o vaso em que lhe entregavam as cinzas do marido, só conseguia pensar no nada em que se transformara…

Fernanda Ruaz, 66 anos, Lisboa

Desafio nº 74 – nada em que se transformara

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