– Assim que a quarta letra chegar, peçam-lhe que venha
ver-me.
– Está bem – disse a última delas, a letra U.
– Queria despedir-me dela antes de partir… A minha
carreira está quase a chegar. Sabem dessa letra?
– Se calhar perdeu-se… pediram-lhe para
desaparecer.
– Quem é que pediu?
– A Margarida, quem haveria de ser…
– É para aprender! Se calhar, julgava-se
imprescindível… Ninguém é imprescindível, nem as letras.
– É bem verdade – disseram as restantes letras,
cabisbaixas e inseguras.
– É a vida.
António
Gouveia, 46 anos, Oeiras
Desafio nº 76
– escrever sem a letra O
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