Amo as árvores:
as suas sombras
ladeiam
a entrada escusa,
frondosa,
do meu jardim secreto;
é nos seus ramos
que envolvo memórias
e os ditos
que ainda me atormentam;
pelo seu tronco
vão ganhando asas
olhares distantes
presos aos sargaços,
às profundezas
de mares primevos.
Uma gota de sol
e uma aragem amena
banham-me um sorriso,
lágrima sem retorno;
hoje reclinarei a cabeça
na raiz dourada
de um sicómoro,
parente de aves venerandas
em céus já esquecidos.
Jaime A., 50 anos, Lisboa
JAIME A. é um pseudónimo que se
esconde atrás de alguém que se
perde e se encontra tantas
vezes, que o que escreve lhe serve também
de bússola. Os outros, no
entanto, não se guiam pelos seus textos.
Jaime A. também ainda não
percebeu que significado têm os seus 50
anos.
Nota: poema publicado na VI
Antologia dos Poetas Lusófonos com algumas alterações
Será normal ausência de comentários ou será "falta de jeito" de quem escreve? ��
ResponderEliminarSão raríssimos os comentários, só isso. Um abraço
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