O rádio ocupava toda a casa. No
sofá cinzento, Amélia amontoava roupa costurada. Dizia que não era uma artesã
qualquer, não tinha uma máquina de costura eléctrica mas era uma técnica
avançada movida a rádio, era uma costureira radiofónica. Aborrecia-se quando
fazia uma camisa ao som de um fadinho triste, uma saia ao som de uma notícia
trágica. Felizmente a maior parte da música de rádio era alegre, ritmada, assim
o cansaço desaparecia pela adição de radiofonia.
Constantino Mendes Alves, 56 anos, Leiria
Desafio Rádio Sim nº 1 – história
tem de falar de rádio
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