Um corpo marcado pelo vento,
as águas formam trilhos,
espreguiça-se o compasso,
a bússola treme.
O vento tresmalha algumas folhas,
só se ouve o som do restolho.
A colina beija, lentamente,
o riacho que se espalha
na brandura de um entardecer;
o sol fixa-se,
um gesto expectante ganha forma,
e o tempo pára,
numa apoplexia deslumbrante:
cerejas misturam-se no pó,
amoras mergulham sôfregas nos córregos,
a brisa morna tudo envolve numa prodigiosa
salada de frutas.
Entardece então.
Jaime
A., 50 anos, Lisboa
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